Por César Santos / JORNAL DE FATO
O ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) não espera ter apoio de prefeitos à sua candidatura ao Senado da República, nem está preocupado com a sua importância dos gestores municipais nas eleições de outubro.
Essa é a avaliação crua que se faz do ataque que o pedetista desferiu contra os prefeitos e que vem repercutindo negativamente nos municípios. Em entrevista a uma emissora de rádio de Caicó, Carlos Eduardo disse que enquanto o povo passa fome, os prefeitos estão com os bolsos cheios de dinheiro, colocando sob dúvida a honestidade dos gestores e o que eles fazem com as emendas parlamentares que levam recursos federais para obras nos municípios.
Abre aspas para o que disse Carlos Eduardo:
“Você não sabe, os prefeitos estão com os bolsos estufados de dinheiro. O povo está liso, desempregado e com fome. Mas os prefeitos estão com os bolsos estufados, só que esse dinheiro é nosso. E a gente não sabe quanto foi, nem para onde vai”.
O pré-candidato a senador seguiu os ataques contra os prefeitos a afirmou que “há uma deformação, com a distribuição inadequada de recursos, enquanto a educação e a saúde estão abandonadas.”
Os prefeitos reagiram por meio de suas entidades representativas que assinam uma nota condenando a postura agressiva do senadorável:
“Carlos Eduardo Alves deveria ser conhecedor dos problemas que uma Prefeitura enfrenta, por já ter sido prefeito de Natal por 4 vezes. Mas, talvez por nunca ter sido filiado à Femurn durante suas gestões em Natal, não sabe da luta do movimento municipalista. A verdade é que os municípios possuem sérias dificuldades para cumprir com seus compromissos e atender aos anseios da população”, diz a nota em seu início, para continuar:
“É inaceitável que o ex-gestor critique o envio de emendas e recursos financeiros para as cidades potiguares. As palavras de Carlos Eduardo Alves merecem o repúdio de quem se dedica a melhorar a vida de seus munícipes.
Ao contrário do que disse erroneamente Carlos Eduardo, a destinação de recursos não é para “os bolsos dos prefeitos”, mas para as Prefeituras de todo o país, que são devidamente fiscalizadas pelos órgãos competentes. E os municípios brasileiros estão, neste sentido, contando com a atual sensibilidade do governo federal que, respeitando o pacto federativo, está contribuindo com obras e investimentos importantes para os cidadãos a partir de parcerias institucionais com as cidades de todas as Regiões brasileiras.”
A nota é assinada pelo presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), prefeito Babá Pereira, chancelada pelas associações dos municípios do Seridó Ocidental (AMSO), do Litoral Agreste Potiguar (AMLAP), do Seridó (AMS), do Oeste Potiguar (AMOP) e da Região Central do Vale do Assú Potiguar (AMCEVALE).
Essas entidades juntas congregam quase a totalidade das 167 prefeituras potiguares. Certamente, Carlos Eduardo enfrentará dificuldades de diálogo nos municípios ou com os gestores municipais. Muito ruim para quem precisa de votos para se eleger senador.
E, principalmente, para quem a luta municipalista deveria ser uma obrigação.
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