Terça-Feira, 07 de maio de 2024

Postado às 12h00 | 10 Jul 2022 | redação Jorge do Rosário :‘Nós não vamos estar com nomes que são apoiados pelo prefeito Allyson'

No Cafezinho com César Santos, o presidente estadual do Avante e pré-candidato a deputado estadual disse que a tendência é o partido apoiar à reeleição da governadora Fátima Bezerra. Jorge também acredita que o Avante elegerá dois deputados estaduais

Crédito da foto: Jornal de Fato Jorge do Rosário no Cafezinho com César Santos

Por César Santos / JORNAL DE FATO

No Cafezinho com César Santos deste domingo, 10, o construtor Jorge do Rosário fala de forma aberta, franca, sobre a sua motivação na militância política partidária e do projeto de conquistar um mandato de deputado estadual.

O presidente estadual do Avante, posto que assumiu há poucos dias, afirma que a sua atuação política está respaldada por amigos e pessoas que se engajaram no projeto “Mossoró Melhor”, lançado em 2016, quando ele formou chapa nas eleições como vice do empresário Tião Couto.

Jorge do Rosário vai para a sua terceira disputa eleitoral e buscará a primeira vitória.

Nessa entrevista, ele confirma que o Avante terá nominatas de 25 candidatos à Assembleia Legislativa e de 9 candidatos à Câmara dos Deputados, e também aponta para a possibilidade de o partido apoiar a reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT).

O senhor assumiu a direção estadual do Avante em momento de turbulência dentro do partido, que culminou com a saída do ex-presidente e vereador de Natal Raniere Barbosa. É possível afirmar que o Avante se recompôs para enfrentar as eleições deste ano com possibilidade de sucesso?

O partido está organizado, temos 25 pré-candidatos a deputado estadual, temos uma nominata de nove pré-candidatos a deputado federal. Realmente, houve um desentendimento do então presidente Raniere com a executiva nacional que acabou culminando com a saída dele. Mas, antes eu entrei no Avante, a convite do próprio Raniere, para participar ativamente da formação das nominatas para as eleições deste ano. De fato, isso aconteceu. Como eu já estava participando do processo, não houve consequências nas nominatas. Naturalmente, a gente preferia que não tivesse acontecido porque é sempre um desgaste, e isso não é bom. Em política eu aprendi que tudo que você tem que explicar não é bom, mas isso é um assunto que está superado, cada um está seguindo o seu caminho. Eu estou presidente do Avante do Rio Grande do Norte com muita honra e com a responsabilidade grande de conduzir o partido a nossa meta inicial, que é eleger dois deputados estaduais e, quem sabe, um federal.

 

O ex-presidente Raniere Barbosa era um nome em potencial dentro do Avante, com certa densidade eleitoral. A saída dele da nominata à Assembleia Legislativa não causa prejuízo ao projeto de eleger pelo menos dois deputados estaduais?

A gente conseguiu recompor essa lacuna, mas é evidente que o vereador Raniere tem uma densidade eleitoral muito boa. Nós gostaríamos que ele fosse candidato, mas essa é uma decisão dele e a gente tem que respeitar. O importante é que o partido está tranquilo, temos a nossa mominata com os 25 nomes para deputado estadual, com a meta de eleger dois representantes à Assembleia Legislativa.

O presidenciável do Avante, André Janones, que afirma ser um populista de centro, é uma espécie de azarão entre o populismo de esquerda, representado por Lula, e o populismo, de direita de Bolsonaro. Diante disso, como o Avante do RN se posicionará nas eleições majoritária?

Vamos reunir nossos pré-candidatos, lideranças regionais, filiados, para a gente tomar uma decisão sobre a majoritária. O Avante tem conversado com todos os nomes que estão postos. Quero dizer que eu estou presidente de um partido, mas não sou o dono do partido e, portanto, tenho que ouvir a todos no sentido que caminharemos unidos, juntos, seja para onde for. Agora, preciso destacar o seguinte: nós temos uma posição política definida na nossa base eleitoral que é Mossoró e, certamente, nós não vamos estar com alguns nomes que estão postos como candidatos do prefeito Allyson Bezerra.

 

Então a possibilidade é de apoiar a reeleição da governadora Fátima Bezerra, uma vez que Fábio Dantas é o candidato do prefeito Allyson?

Há essa possibilidade, sim. Eu já estive com a governadora, conversamos sobre essa possibilidade. Não temos nenhuma dificuldade de diálogo, inclusive, a governadora convidou o Avante para fazer parte de sua base política. O deputado Souza (PSB), que apoia a nossa pré-candidatura, faz parte da base política do governo. Nós temos o compromisso de caminharmos unidos, coesos, e isso evidentemente influenciará a nossa decisão. Mas, o Avante vai ouvir todos os nomes que estão aí.

O senhor vem de três disputas eleitorais sem sucesso, em 2016, 2018 e 2020 e agora caminha para disputar mais uma vez uma vaga à Assembleia Legislativa. Onde o senhor encontra motivação?

Eu sempre gostei de política, mas antes participava da política sindical, associativa. Depois, mais recentemente, entrei na política partidária. Política é uma coisa que eu gosto, é importante a gente participar. Em 2016, nós fizemos um projeto junto com amigos que foi denominado de Mossoró Melhor. Saímos atrás de outros amigos para participar do projeto, mostrando que no campo da política nós podíamos ajudar mais às pessoas. Aquele era um momento difícil para Mossoró, todos recordam, a cidade precisava de algo novo para mudar e foi exatamente isso que nos motivou a participar desse projeto. Pois bem, vieram muitas pessoas para o nosso projeto, disputamos a Prefeitura, eu como vice de Tião Couto, tivemos uma votação expressiva, embora naquelas eleições de 2016 não vencemos. Logo depois da campanha, me intimaram para eu ser candidato a deputado estadual em 2018, defendendo esse projeto e assim eu fiz. Poderia ter sido outro nome, mas me convenceram que eu seria o melhor nome. Tivemos uma votação também expressiva, com mais de 12 mil votos em Mossoró e quase 24 mil votos no estado, fomos mais votado do que cinco deputado eleitos pelos votos de legenda ou coligações. Infelizmente, não fomos eleitos. Depois, fui convidado para uma composição política com a então prefeita Rosalba Ciarlini. Fui vice de Rosalba, mas perdemos a campanha. Em todas essas oportunidades em procurei as pessoas, os amigos, correligionários que se juntaram a nós naquele projeto inicial, o Mossoró Melhor. Não acho justo agora deixar as pessoas que me apoiaram quando entrei no primeiro processo eleitoral. Eu não vou deixar essas pessoas que me convidam a ser candidato outra vez. Eu não tenho o direito de chegar e dizer para essas pessoas: ‘olha, eu não tenho nada a ver com isso mais e vou seguir a minha vida’. Então, isso me motiva porque tenho pessoas que me estimulam e que acham que eu posso dar uma contribuição para Mossoró e o Rio Grande do Norte.

 

Em 2020, o senhor fez aliança com Rosalba Ciarlini, foi o vice na chapa da então prefeita. Mas, essa aliança não prosperou nas urnas, nem após as eleições. Hoje, qual a relação política que o senhor tem com Rosalba?

Nós não conversamos sobre poítica desde que encerrou a campanha eleitoral de 2020. Tivemos alguns contatos após a campanha, ela ligou para mim, eu já liguei para ela, a gente conversou, mas não falamos sobre política e não temos conversado sobre política. Não sei qual vai ser a posição de Rosalba em relação às eleições desse ano, mas certamente anunciará no momento que achar oportuno.

O senhor pretende pedir o apoio da ex-prefeita Rosalba?

Se eu voltar a encontrar a ex-prefeita pedirei o seu apoio porque considero Rosalba a maior liderança política de Mossoró. Gostaria de ter o apoio de Rosalba, seria muito importante ao nosso projeto.

 

Em todas as suas falas, desde que o senhor entrou para a política, o desenvolvimento econômico, com geração de emprego e renda, é a base do seu discurso. Isso pode ser explicado em sua origem de construtor?

Também. Mas eu tenho uma origem que você conhece, de uma família humilde, de um filho de um pedreiro com uma dona de casa, com nove irmãos, e que, como filho de pobre, desde menino aprende a andar e começa a trabalhar. Eu acredito no trabalho. Eu sou muito grato a Deus por ter me feito engenheiro civil e depois ter voltado para montar uma empresa que, também, graças a Ele deu certo e continua dando certo. Temos proporcionado milhares de vagas de trabalho em Mossoró e região há anos. Eu acredito no trabalho, e o pedido que mais recebo, principalmente de jovens, é por uma oportunidade de emprego. Sempre digo que não há melhor programa social de um governo que não seja a geração de emprego e renda para o povo. A gente só vai ter desenvolvimento, com qualidade de vida, a partir da geração de emprego. Evidentemente que para a gente ter emprego precisa ter qualificação, que passa pela educação e mais investimentos. Eu tenho defendido um plano que está inserido exatamente na nossa base de discurso que é qualidade de vida para todos a partir das oportunidades, da geração de emprego e renda.

Que plano é esse?

O Rio Grande do Norte, há mais de setenta anos, tem investido majoritariamente em Natal e na Grande Natal. Talvez de cada dez reais, oito são investidos na capital e região metropolitana. O interior do Rio Grande do Norte recebe muito pouco investimento, em detrimento do nosso povo. Veja que Natal e Grande Natal têm um polo turístico, que é a maior atividade econômica da capital, e o resto do estado fica à mercê. Entendo que não há desenvolvimento no estado se não desenvolver o interior. Cito como exemplo a nossa querida Costa Branca. Tem potencial, praias belíssimas, mas o que é que falta? Falta um plano de desenvolvimento para a gente criar outro polo turístico, como existe em Natal. Nós temos nossas serras em Portalegre, Martins, Patu, temos o turismo religioso para explorar, mas para isso é preciso ter um plano, ter investimentos. Eu faço uma crítica a todos os governos que passaram que não olharam para as potencialidades que existem no interior. A região de Mossoró é muito importante no contexto econômico estadual, basta observar a nossa pauta de exportação. Esse é o debate que vou propor, porque entendemos que passou da hora de o Governo olhar para o interior como prioridade.

 

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