Terça-Feira, 21 de janeiro de 2025

Postado às 09h00 | 24 Set 2022 | redação Recursos do “orçamento secreto” podem custar piso da enfermagem

O líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates , reuniu as assinaturas necessárias para a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que realoca os recursos das emendas de relator (RP 9) para custear o piso da enfermagem

Crédito da foto: Agência Senado Senador Jean Paul Prates, é líder das minorias no Senado

Por Caio Matos – Congresso em Foco

O líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), reuniu as assinaturas necessárias para a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que realoca os recursos das emendas de relator (RP 9) para custear o piso da enfermagem.

Conhecidas como “orçamento secreto”, as emendas de relator contemplam aproximadamente R$ 10 bilhões para investir na área de saúde, mas sem uma destinação específica. O texto apresentado nesta sexta-feira (23) determina que, no ano de 2023, todo o valor alocado pelo orçamento para as emendas RP9 na saúde seja utilizado para assegurar o cumprimento do piso da enfermagem nos municípios, nos estados e no Distrito Federal.

A proposta foi uma iniciativa da bancada do PT no Senado e contou com apoio de parlamentares de vários partidos. Jean Paul já havia levantado adiantado que apresentaria a PEC na reunião dos líderes realizada no início da semana.

“A PEC não tem impacto fiscal, tratando apenas de direcionamento de recursos no orçamento para a implementação do piso. Defendemos que esses recursos serão empregados de forma mais eficiente, eficaz e justa se forem concentrados na valorização dos profissionais da Saúde, que é uma demanda que todos concordam”, explica Jean Paul.

 

Piso suspenso

O piso salarial da enfermagem foi sancionado em agosto por meio da Lei 14.434/22. A lei prevê o salário de R$ 4.750 por mês para os enfermeiros; 75% desse valor (R$ 3.325) para técnicos de enfermagem; e 50% (R$ 2.375) para os auxiliares e parteiras.

A lei está suspensa por 60 dias, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte atendeu a uma ação da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que afirmou que a manutenção da lei sem a previsão da origem dos recursos traria riscos de demissões e consequentemente piora na qualidade dos serviços de saúde.

O Congresso Nacional atua para apresentar ao STF os recursos necessários para custear ao piso. Uma das soluções mais imediatas é o PLP 44/22, de autoria do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que autoriza estados e municípios a remanejarem recursos parados em fundos de saúde.

Se aprovado, o projeto deve liberar cerca de R$ 7 bilhões para os cofres públicos. O projeto deverá ser votado no plenário já na semana que vem. O relator será o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023.

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