Por César Santos / Jornal de Fato
A deputada federal Natália Bonavides (PT) confirmou o favoritismo e foi reeleita como campeã de votos no Rio Grande do Norte, com mais de 157 mil votos. A sua votação puxou mais um deputado federal eleito pelo PT, Fernando Mineiro, que já era primeiro suplente de deputado.
No entanto, o que surpreende nas eleições deste domingo, 2, foi a performance nas urnas do Partido Liberal (PL), que renovou os mandatos de João Maia, seu presidente estadual, do General Girão e ainda elegeu dois novos deputados federais: o ex-governador Robinson Faria e o Sargento Gonçalves.
Dessa forma, com quatro deputados federais eleitos, o partido do presidente Jair Bolsonaro comandará 50% da bancada do Rio Grande do Norte.
O União Brasil, que formou uma nominata forte, também saiu vitorioso das urnas, reelegendo o deputado Benes Leocádio e o atual presidente da Câmara Municipal de Natal, vereador Paulinho Freire.
Dos oito atuais deputados federais, quatro não retornarão em 2023: Beto Rosado (Progressistas) e Carla Dickson (União Brasil) que não conseguiram reeleição; Walter Alves (MDB), que se elegeu vice-governador; e Rafael Motta (PSB), que perdeu a disputa pelo Senado Federal.
A família Alves não terá representante em Brasília a partir de 2023. O ex-senador e ex-governador Garibaldi Filho (MDB) não obteve êxito, mesmo tendo recebido mais de 92 mil votos. O seu partido não teve votos suficientes para alcançar o quociente eleitoral.
Henrique Eduardo Alves, que foi deputado federal por 11 mandatos e presidente da Câmara, também tentou se eleger neste domingo, sem sucesso. Ele foi candidato pelo PSB e o partido não alcançou o quociente eleitoral. A votação de Henrique também foi decepcionante, com menos de 12 mil votos.
Deputados federais eleitos no RN
- Natália Bonavides (PT) – 157.549 (8,42%)
- João Maia (PL) – 104.254 (5,57%)
- Benes Leocádio (União Brasil) – 100.693 (5,38%)
- Robinson Faria (PL) - 97.319 (5,20%)
- Fernando Mineiro (PT) – 83.481 (4,46%)
- Paulinho Freire (União Brasil) – 77.906 (4,17%)
- General Girão (PL) – 76.698 (4,10%)
- Sargento Gonçalves (PL) – 56.315 (3,01%)
Mossoró fica sem representante em Brasília
Mossoró deixará de ter representante legítimo na Câmara dos Deputados a partir de 2023. O único deputado federal da cidade, Beto Rosado (Progressistas), não conseguiu se reeleger, apesar de ter aumentando a sua votação nas eleições deste domingo, 2, em relação ao pleito de 2018, mas o seu partido não conseguiu alcançar 80% do quociente eleitoral.
Beto Rosado foi o quinto mais votado para a Câmara Federal com 83.968 votos (4,49%). Em 2018,ele foi eleito com 71.092 votos.
Havia uma expectativa positiva para a reeleição de Beto. Como presidente estadual do Progressistas, ele aumentou as suas bases de apoio, tendo recebido o reforço de 23 prefeitos e lideranças regionais em todas as regiões do RN. Beto também construiu uma nominata capaz de eleger um deputado, mas a votação dos chamados “esteiras” não correspondeu.
Beto Rosado está na Câmara dos Deputados desde 2015. Ele cumpre o segundo mandato, sucedendo ao seu pai, Betinho Rosado, que foi deputado em Brasília entre os anos de 1995 a 2014.
Os Rosado também deixam de ter um nome na Câmara depois de décadas. O grupo político familiar mantinha um representante desde Jerônimo Vingt Rosado Maia, que cumpriu sete mandatos de deputado federal. Depois, ele foi sucedido pelo genro, ex-deputado e médico Laíre Rosado, e pela filha ex-deputada Sandra Rosado, que neste ano tentou se eleger pelo União Brasil, sem sucesso.
Entre os anos de 1995 até 2014, os Rosado mantiveram dois mandatos em Brasília, com Betinho e Sandra Rosado.
A não reeleição de Beto Rosado surpreendeu. Ele é considerado o deputado federal que mais atendeu a Mossoró e região Oeste. Nos dois mandatos, Beto beneficiou Mossoró com mais de 70 milhões de reais em emendas parlamentares, bancando obras em áreas vitais como saúde, educação e infraestrutura.
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