Coluna César Santos / Jornal de Fato
As eleições deste ano reverteram a tendência de “pulverização partidária” que a Câmara dos Deputados vinha registrando desde as eleições de 2002. Dos 23 partidos que conquistava pelo menos um mandato, apenas 13 superaram a “cláusula de barreira” e garantiram representação.
A redução da quantidade em relação a 2018 ocorre por conta de fusões partidárias, incorporações de siglas e perda de representação.
O PSL se fundiu com o DEM e formou o União Brasil. O PPL foi incorporado ao PCdoB; o PRP, ao Patriota; o PHS, ao Podemos.
O DC, PMN e Agir, que elegeram deputados há quatro anos, não estarão representados na legislatura que começa em 2023.
Só cumpre a cláusula de barreira ou federação que eleger 11 deputados federais em pelo menos nove estados ou ultrapassar 2% dos votos válidos na eleição para a Câmara. Portanto, PSC, Patriota, Solidariedade, Novo, Pros e PTB, que elegeram deputados, devem aumentar a lista de fusões ou incorporações por outra sigla. Outra possibilidade é a migração dos eleitos para outra legenda.
O PL, do presidente Jair Bolsonaro, foi o partido que mais elegeu deputados para a Câmara neste ano: 99. A maior bancada da legenda até então havia sido eleita em 2014, com 41 parlamentares. Na época, a sigla tinha o nome de Partido da República (PR). Em 2018, o PSL, então partido de Bolsonaro, elegeu 52 deputados.
No início deste ano, quando o presidente já havia deixado o partido, o PSL se fundiu com o DEM — que elegeu 29 deputados há quatro anos. A fusão das siglas resultou no União Brasil, que conquistou, agora, 59 cadeiras na Câmara.
O PT é a sigla de “esquerda” com maior representação na Câmara desde 1994. Seu auge ocorreu em 2002, ano da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, quando emplacou 91 deputados. Os números variaram entre 83 em 2006, 86 em 2010, 68 em 2014 e 54 em 2018.
No pleito deste ano, a bancada do PT voltou a crescer, com 68 parlamentares. Outro destaque da esquerda nas eleições de domingo foi o PSOL, que elegeu 12 deputados federais — o maior número de sua história. Por outro lado, o PDT e o PSB, siglas históricas da esquerda brasileira, elegeram suas menores bancadas desde 1990 e 1994, respectivamente.
Nas eleições de 1990 e 1994, o PMDB (atual MDB) foi o partido com mais parlamentares eleitos. Em 1990, emplacou 108 deputados federais; em 1994, 107. O partido ainda liderou a representação em 2006, com 89 parlamentares. Contudo, na última legislatura, a legenda elegeu a menor bancada de sua história, com 34 parlamentares. Neste ano, apresentou alguma recuperação, com 42 eleitos.
Outra sigla que historicamente esteve entre as mais representadas é o PSDB. A legenda tucana elegeu ao menos 50 deputados para a Casa entre 1994 a 2014 — o pico foi em 1998, com 99 parlamentares. Assim como o MDB, a sigla registrou queda em 2018, com 29 eleitos. Neste ano, o PSDB reforçou a tendência de baixa, com 13 deputados eleitos.
Em 1990, 19 partidos tinham representantes na Câmara; em 1994 e 1998, 18. Em 2002, esse número voltou para 19, subindo para 21 em 2006, 22 em 2010, 24 em 2014 e 30 em 2018.
Fonte: CNN
FRASE
“A gente tem que votar a regulamentação (empresas de pesquisas)”
ARTHUR LIRA – Presidente da Câmara dos Deputados sobre a atuação dos institutos de pesquisas
TÚNEL DO TEMPO
Há exatos 10 anos, Cláudia Regina era eleita prefeita de Mossoró, com 68.604 votos, superando a sua principal concorrente Larissa Rosado, que obteve 63.309 votos. Cláudia, porém, ficou só 11 meses no cargo. Ela teve o mandato cassado por abuso de poder e compra de votos. Em 2020, Cláudia tentou voltar à política, mas obteve apenas 4.046 votos (2,94%) na disputa à Prefeitura.
SEGUNDO TURNO
A primeira mobilização de campanha no segundo turno das eleições, em Mossoró, será realizada no fim de semana e será a favor do ex-presidente Lula (PT). A programação está sendo organizada e terá a presença da governadora reeleita Fátima Bezerra. No primeiro turno, Lula foi o mais votado na cidade com 88.081 votos (61,06%) contra 46.378 (32,15%) de Bolsonaro (PL).
PROPAGANDA
Começa hoje a propaganda eleitoral no rádio e na televisão do segundo turno das eleições. Bolsonaro (PL) e Lula e os 24 candidatos a governador terão tempos iguais. A propaganda será veiculada até o dia 28 de outubro, 2 dias antes da votação, marcada para dia 30.
IPEC X DATA/PODER
As duas primeiras pesquisas do segundo turno: Ipec mostra Lula com 51% contra 43% de Bolsonaro; Poder/Data revela Lula com 52% contra 48% de Bolsonaro. Vantagem pró-Lula de 8 a 4 pontos, respectivamente.
MURO
O prefeito Allyson Bezerra (SDD) terá que decidir se é bolsonarista ou lulista. O senador eleito Rogério Marinho (PL) deu ultimato para ele sair de cima do muro.
FORÇA DOS PREFEITOS
Rogério Marinho (PL), o "senador dos prefeitos", foi o mais votado em 108 dos 167 municípios do RN. Carlos Eduardo (PDT), que brigou com os gestores, venceu em apenas 24. Já Rafael Motta (PSB) foi o mais votado em 35 colégios eleitorais.
GÁS
Chega a informação que está vazando gás pelos tubos da Câmara Municipal de Mossoró. E que tem inquilino da "Casa do Povo" doido para riscar um fósforo.
É NOTÍCIA
1 - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirma que testes das urnas eletrônicas no primeiro turno tiveram 100% de aprovação. Sem divergência.
2 - A Reitoria da UFRN afirma que o bloqueio de R$ 1,2 bilhão anunciado pelo Ministério da Educação, compromete o funcionamento da instituição; já a Reitoria da Ufersa garante que não. Quem faltou a aula de gestão financeira? Ou a disputa eleitoral justifica?
3 - RN tem a maior taxa bruta de incidência de câncer de mama na região Nordeste, com 61,85 casos para cada 100 mil mulheres, seguido do Ceará (53,35%) e Paraíba (52,93%). Preocupante.
4 - O jornalista e escritor Ruy Castro é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele vai ocupar a vaga que ficou aberta em julho, com o falecimento, aos 88 anos, do acadêmico Sergio Paulo Rouanet. Ruy foi eleito com 32 dos 35 votos possíveis.
5 - A Caixa Econômica lançou a campanha Você no Azul, que disponibiliza descontos de até 90% para regularização de dívidas de créditos comerciais de pessoas físicas e jurídicas. Mais de 80% podem liquidar seus débitos por até R$ 1.000. Procure a Caixa.
Tags: