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Postado às 08h30 | 26 Out 2022 | redação Candidatos a governos estaduais tentam reverter diferenças de votos do 1º turno

Crédito da foto: TSE Urnas eletronicas estão prontas para o segundo turno

Por Leonardo Rodrigues / CNN Brasil

Enquanto 15 unidades da federação elegeram seus governadores em 2 de outubro, 12 levaram a disputa para um segundo turno, que acontece neste domingo, 30. Em três deles, os eleitores vão escolher entre dois candidatos que tiveram menos de 4 pontos percentuais de diferença entre si. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a distância entre Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) foi de 1,5 pontos.

Em dois estados, por outro lado, a distância entre os candidatos que avançaram para o segundo turno passou de 20 pontos. No Amazonas, Eduardo Braga (MDB) tenta reverter uma desvantagem de 21,8 pontos percentuais em relação ao governador Wilson Lima (União).

A CNN fez um levantamento com os resultados estaduais e ouviu o cientista político Renato Dorgan, especialista em pesquisas qualitativas, para entender como as campanhas estaduais trabalham para manter ou reverter vantagens até a data decisiva.

No estado do Amazonas, a vantagem que Wilson Lima abriu sobre Eduardo Braga transforma uma eventual virada em feito histórico. Seria a maior “virada” desde 1990, quando a possibilidade de segundo turno passou a existir nas disputas estaduais. Em 1994, Eduardo Azeredo (PSDB) foi eleito governador de Minas Gerais depois de ficar 21,1 pontos atrás do líder no primeiro turno.

Dorgan considera que a campanha de Braga pode apostar numa maior aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato a presidente com quem troca apoio. “A eleição presidencial foi muito acirrada no Amazonas. Colar mais em Lula pode ajudar Braga a crescer”, opina. No primeiro turno, o petista teve 49,58% dos votos no estado, contra 42,8% de Jair Bolsonaro (PL). O presidente apoia Lima.

Renato Dorgan ressalta que, nas eleições de 2018, a corrida presidencial passou a exercer mais influência sobre as disputas estaduais: “Antes, o eleitor descolava as eleições [estaduais e presidenciais], mas a força do bolsonarismo e do lulopetismo mudou isso. É difícil que alguém vote no Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e no Lula, ou na Marília Arraes (Solidariedade-PE) e no Bolsonaro, por exemplo”, avalia.

Nos 12 estados em que há disputa, são quatro embates entre um apoiador de Lula e um de Bolsonaro. Em outros quatro, um aliado do petista tem um oponente neutro; no Rio Grande do Sul, o enfrentamento se dá entre um neutro e um bolsonarista. Já em Rondônia e no Mato Grosso do Sul, há confronto entre dois apoiadores do atual presidente, e em Sergipe, dois candidatos alinhados a Lula se enfrentam.

São Paulo é um dos territórios onde há uma extensão da eleição federal. Os ex-ministros Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas, que integraram governos dos atuais postulantes à Presidência, investem em seus apoios. No primeiro turno, o candidato do Republicanos teve 6,6% a mais de votos do que o ex-prefeito da capital.

Já em Pernambuco, Marília Arraes ganhou o apoio de Lula, enquanto Raquel Lyra (PSDB) optou pela neutralidade no segundo turno. Em um dos embates mais parelhos, a vantagem de Arraes foi de apenas 3,4%.

Para Dorgan, a força do ex-presidente, que teve 65,2% dos votos no estado, pesa a favor da mais votada no pleito inicial. Por outro lado, ele destaca o apoio de Miguel Coelho (União), que teve 18% dos votos no primeiro turno, a Raquel Lyra.

 

Tendências históricas

A desafiante em Pernambuco, Raquel Lyra, não caminhou sozinha em direção aos apoios de candidatos derrotados no primeiro turno. Houve outros movimentos importantes pelo Brasil. Sua adversária, Marília Arraes, também angariou o voto de Danilo Cabral (PSB), 4º colocado no pleito estadual, com 18%.

Na Paraíba, Pedro Cunha Lima (PSDB) terá o apoio de Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que teve 17,1%, para tentar reverter a vantagem conquistada pelo governador João Azevêdo (PSB) na corrida.

Em São Paulo, Tarcísio de Freitas ganhou o endosso do governador Rodrigo Garcia (PSDB) na pretensão de se manter à frente de Haddad no novo turno. O tucano teve 18,4% em 2 de outubro. No Mato Grosso do Sul, por sua vez, Rose Modesto (União), com 12,4%, apoia Capitão Contar.

 

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