Por César Santos – Jornal de Fato
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizaram a campanha presidencial mais acirrada e polêmico desde a redemocratização. Os dois candidatos polarizaram a disputa desde o primeiro turno, deixando para trás, a perder de vista, os outros nove postulantes à Presidência do Brasil.
Lula teve o maior número de votos no primeiro turno, com 57.259.504 (48,4%); Bolsonaro veio em seguida com 51.072.345 (43,2%). A diferença de apenas 5,2% refletiu o equilíbrio do confronto em dois candidatos. O petista tinha a esperança de levar a vitória no primeiro turno, mas não obteve sucesso. Já Bolsonaro trabalhou para manter os votos que conquistou em 2018, quando teve 49,2 milhões de apoios no primeiro turno e 57,7 milhões no segundo. O candidato à reeleição não só conseguiu como aumentou.
Até então, a disputa mais apertada pela Presidência do Brasil havia sido a de 2006, quando Lula venceu Geraldo Alckmin – atualmente vice na chapa do petista –, que disputou a Presidência pelo PSDB. Na época, o candidato do PT acabou eleito no segundo turno, com 48,6% dos votos ante 41,6% de Alckmin.
Em contrapartida, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se consagrou como o dono da vitória mais folgada – ainda em primeiro turno, nas eleições de 1994. O tucano se elegeu no primeiro dia em que os eleitores foram às urnas, com 55,22% dos votos válidos. Quatro anos depois, em 1998, FHC foi reeleito também no primeiro turno, com 53,06% dos votos válidos. Nas duas disputas, Lula foi o derrotado.
Agora, Bolsonaro tenta emplacar o segundo mandato consecutivo, enquanto Lula (PT) busca voltar ao poder em sua sexta disputa pela Presidência do Brasil. O histórico das eleições presidenciais não é favorável ao candidato de extrema direita. Desde 1989, quando o Brasil voltou a ter eleições presidenciais diretas – e estreou o mecanismo de segundo turno –, nunca houve uma reviravolta na corrida ao Planalto entre um turno e outro. Ou seja, o vencedor do primeiro turno se elegeu no segundo turno. Essa foi a regra em todas as seis disputas presidenciais que tiveram segundo turno entre 1989 e 2018.
Em pouco mais de 30 anos, o próprio PT fracassou duas vezes em tentar forçar uma reviravolta na disputa presidencial. No primeiro turno de 1989, Lula ficou 13,3 pontos atrás do rival Fernando Collor. Entre os dois turnos, Lula conseguiu crescer 29,8 pontos percentuais, mas ainda assim acabou perdendo a votação final para Collor por seis pontos de desvantagem.
Em 2018, foi a vez de Fernando Haddad passar pela mesma dificuldade. O petista, que substituiu Lula pouco menos de um mês antes do primeiro turno, terminou 16,75 pontos atrás de Bolsonaro na primeira rodada. No segundo turno, Haddad cresceu, mas ainda assim terminou pouco mais de dez pontos atrás do atual presidente.
O candidato em desvantagem que mais chegou perto de conseguir virar uma eleição foi Aécio Neves (PSDB) em 2014, mas a então presidente Dilma Rousseff (PT) acabou reeleita com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% de Aécio.
O histórico, porém, não é garantia de voto nas urnas, por isso, o domingo decisivo para o futuro do Brasil viverá emoções até a contagem final.
A decisão está nas mãos dos 156.454.011 brasileiras e brasileiros.
Jair Messias Bolsonaro (PL)
Candidato à reeleição, o presidente Bolsonaro, 67 anos, disputará as eleições de 2022 pelo PL, seu décimo partido. Eleito pela primeira vez para um cargo majoritário em 2018, quando venceu a disputa pelo Planalto, fez carreira como deputado federal pelo Rio de Janeiro, cargo que ocupou de 1990 a 2018. Antes, foi vereador da capital fluminense por dois anos.
Nascido no interior de São Paulo, na cidade de Glicério, Bolsonaro é casado com a primeira-dama Michelle Bolsonaro, pai de 5 filhos e capitão do Exército.
Seu candidato a vice é o general Braga Netto (PL), que foi ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Lula disputará sua sexta eleição para o cargo. Derrotado em 1989, 1994 e 1998, o petista foi eleito no segundo turno em 2002 e reeleito, também em segundo turno, quatro anos depois. Metalúrgico e líder sindical, o ex-presidente foi deputado federal por São Paulo por um mandato antes de suas incursões nacionais.
Pernambucano de Garanhuns, viúvo da ex-primeira-dama Marisa Letícia e pai de cinco filhos, Lula, de 76 anos, casou-se novamente em maio com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.
Seu vice na chapa é um ex-concorrente: o ex-governador Paulista Geraldo Alckmin (PSB), que enfrentou Lula nas urnas nas eleições presidenciais de 2006.
RESULTADO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS – 1º TURNO
1º - Lula (PT): 57.259.504 (48,4%)
2º - Jair Bolsonaro (PL): 51.072.345 (43,2%)
3º - Simone Tebet (MDB): 4.915.423 (4,2%)
4º - Ciro Gomes (PDT): 3.599.287 (3%)
5º - Soraya Thronick (União): 600.955 (0,5%)
6º - Felipe d’Avila (Novo): 559.708 (0,5%)
7º - Padre Kelmon (PTB): 81.129 (0,1%)
8º - Leonardo Péricles (UP): 53.519 (0,1%)
9º - Sofia Manzano (PSC): 45.620 (0,1%)
10º - Vera (PSTU): 25.625 (0,1%)
11º - Constituinte Aymael (DC): 16.604 (0,1%)
- Brancos/Nulos: 5.452.653 (4,41%)
- Validos: 118.229.719 votos
Tags: