Reeleita para o segundo mandato na Assembleia Legislativa, Isolda é um dos nomes cotados para o novo secretariado da governadora Fátima Bezerra, dentro da estratégia de permitir a permanência do deputado Vivaldo Costa na próxima legislatatura
Por César Santos - Jornal de Fato
“Não há nada definido.” Foi assim que a deputada estadual reeleita respondeu a pergunta da jornalista Carol Ribeiro sobre a possibilidade de compor o secretariado da segunda gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). A parlamentar não assume, mas também não nega trocar a Assembleia Legislativa pelo Centro Administrativo.
A possibilidade de Isolda ser secretária se sustenta em dois pontos vistos como importantes dentro do PT e da Governadoria:
O primeiro, atende o interesse da governadora de manter o deputado Vivaldo Costa (PV) na Assembleia. O parlamentar caicoense terminou as eleições deste ano na primeira suplência da federação PT/PCdoB/PV e ficará sem mandato a partir de 1º de fevereiro de 2023. A ida de Isolda para a equipe de Fátima abriria a vaga para Vivaldo continuar na atividade parlamentar.
Existe outra possibilidade para atender Vivaldo, que seria o governo indicar o deputado estadual reeleito Hermano Morais (PV) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). Nesse caso, teria que aguardar a aposentadoria do conselheiro Tarcísio Costa, irmão de Vivaldo, que só alcançará a compulsória em maio de 2024, quando completará 75 anos. Vivaldo ficaria um ano fora da Assembleia Legislativa.
O segundo ponto é o projeto político-eleitoral de Isolda para a sucessão municipal de 2024. A parlamentar deseja disputar a Prefeitura de Mossoró pela segunda vez. Uma secretaria com ações próximas das camadas mais carentes seria ideal, por isso, a deputada poderá assumir a pasta do Trabalho, Habitação e Assistência Social (SETHAS) ou a de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (SEDRAF).
Na Governadoria, o assunto é tratado com delicadeza, uma vez que a governadora reeleita ainda não concluiu o perfil do novo secretariado, que vai acomodar antigos e novos aliados. O PT cederá espaço para Fátima Bezerra atender o MDB, do vice-governador eleito Walter Alves, e o PDT, do ex-prefeito Carlos Eduardo, que foi candidato a senador no palanque da governadora.
No entanto, a presença de Isolda Dantas no Centro Administrativo a partir de 2023 é uma possibilidade cada vez provável. A governadora quer; a deputada, também.
Isolda ganha força com a sexta maior votação no estado
Isolda Dantas fracassou na primeira tentativa de se eleger prefeita de Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte. No pleito de 2020, a petista foi apenas a terceira colocada com uma votação decepcionante: 8.051 votos ou 5,86% dos votos válidos.
O insucesso, porém, já foi superado. Nas eleições 2022, Isolda Dantas foi reeleita com a sexta maior votação no estado: 57.046 votos (3,03% dos votos válidos). A parlamentar aumentou a votação em quase 25 mil votos em relação ao pleito de 2018, quando ela foi eleita para o primeiro mandato de deputada com 32.963 votos.
Isolda também aumentou o seu poderio de votos em Mossoró. Neste ano, ela recebeu 15.489 votos (11,65%), bem acima da votação de 2018: 11.031 votos (9,37%).
O PT entende que se a deputada tiver estrutura para trabalhar nos próximos dois anos, chegará forte para enfrentar o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade). Daí, o processo de provável transferência da Assembleia Legislativa para o novo secretariado da governadora Fátima Bezerra.
Outro ponto importante é que Isolda terá as condições possíveis para ampliar a sua base política em Mossoró. Um dos alvos é o vereador Pablo Aires, do PSB, que tem frequentado o mesmo ambiente político da parlamentar petista. Pablo saiu fortalecido das eleições 2022, apesar de não ter conquistado o mandato de deputado federal. No entanto, a sua votação em Mossoró, com mais de 17 mil votos, abre possibilidade de ele compor chapa majoritária em 2024.
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