A prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida (PSD), vai legitimar a presença política da região Oeste na futura gestão da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FERMURN). Escolhida para compor chapa de consenso, como representante dos gestores e gestoras municipais da região de Mossoró, ela assumirá uma das vice-presidências da entidade.
A região Oeste terá ainda a prefeita Shirley Targino (PL), de Messias Targino, e o prefeito Alan Silveira (MDB), de Apodi, na nova diretoria da Femurn, no entanto, em cargos de menor relevo. A chapa “Municipalismo Forte, Municípios Desenvolvidos” é encabeçada por Luciano Santos, prefeito de Lagoa Nova. As eleições de consenso estão marcadas para o dia 13 de janeiro.
Ao aceitar o convite, Marianna Almeida ressaltou que a escolha representa a força de Pau dos Ferros, conhecida como a “capital” do Alto Oeste. Trata-se de uma das cidades que mais crescem na região de Mossoró, principalmente no aspecto econômico. Marianna cumpre o primeiro mandato eletivo. Ela foi eleita em 2020, superando nas urnas o então prefeito Leonardo Rêgo (DEM ou União Brasil).
A ascensão de Pau dos Ferros, reconhecida pela Femurn, expõe a falta de representatividade política de Mossoró, a principal cidade do Oeste e do interior potiguar. O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) sequer foi convidado a participar da chapa e viu os municípios de Apodi, Messias Targino e Pau dos Ferros ascenderem em prestígio.
Quando assumiu a Prefeitura em janeiro de 2021, Allyson Bezerra tentou “cavar” espaço na Femurn. Seu interesse era presidir a entidade, mas fracassou, uma vez que sequer conseguiu formar um grupo. Ele quis repetir o feito do ex-prefeito Silveira Júnior, o único gestor de Mossoró que presidiu a Femurn.
Consenso
Nesta quarta-feira, 4, prefeitos de todas as regiões decidiram para agregar forças na luta para fortalecer o municipalismo. Os gestores concordaram em construir chapa única para nova diretoria da Femurn, como forma de evitar disputa e/ou divisão na entidade, o que seria ruim para o fortalecimento do movimento municipalista.
Luciano Santos, candidato de consenso à presidência da Federação, apresentou metas e eixos com o intuito de planejar um trabalho para o biênio 2023/2024, que reúne hoje todos os 167 municípios do Rio Grande do Norte. A chapa é composta por representantes de todas as regiões do Estado.
Deputado perderá influência na federação dos municípios
O prefeito Luciano Santos, futuro presidente da Femurn, tem o apoio do presidente estadual do MDB, vice-governador Walter Alves, e do presidente do PSDB e da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza. Por gravidade, o nome agrada à governadora Fátima Bezerra (PT), que enfrentou dificuldades com o atual presidente da entidade, prefeito Babá Pereira (Republicanos).
Ligado ao deputado federal Benes Leocádio (PL), Babá liderou movimentos que desagradaram à governadora. Um dos casos envolveu uma ação na Justiça cobrando repasses aos municípios que estavam represados. Fátima Bezerra chegou a se queixar nos bastidores, mas o atual presidente da Femurn não recuou.
Outro ponto que convergiu para apoio a Luciano Santos é que, com a saída de Babá Pereira, o deputado Benes perde influência na federação dos municípios. A entidade foi importante para ele se eleger à Câmara em 2018 e renovar o mandato em 2022. Agora, teoricamente, o governo estadual terá melhor acesso aos gestores municipais ou convivência política que agrada a Fátima, Walter e Ezequiel Ferreira.
Luciano Santos já disse que vai criar o Conselho Político Regional para reunir representantes de todas as regiões, como forma de fortalecer a luta por parcerias com o governo estadual em benefício dos municípios.
Outra ideia é efetivar a Escola dos Municípios para auxiliar os entes na capacitação e treinamentos dos agentes públicos para uma melhor execução dos seus serviços. Além desses projetos, Luciano Santos defende intercâmbios regionais e a reforma tributária pró-municípios.
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