Por Jornal de Fato
A governadora Fátima Bezerra (PT) garante que o estado do Rio Grande do Norte não aceitará conviver com atos antidemocráticos e que a região Nordeste está se somando às demais regiões para dizer que “nós não vamos abrir mão do Brasil”. A fala da governadora foi registrada na reunião do presidente Lula (PT) com os 27 gestores estaduais, um dia após os atos antidemocráticos contra os Três Poderes.
“Diante de um episódio tão grave, não poderia ser outra atitude a dos governadores do Brasil se não o de estarem aqui para dizer à sociedade brasileira que nós estamos firmes, em harmonia e em sintonia com os demais poderes na defesa da democracia”, disse a governadora.
“A região Nordeste se soma às demais regiões do país para dizer que nós não vamos abrir mão do Brasil, que nós temos e que nós precisamos do Brasil da paz, para que possamos de mãos dadas, exercendo aqui o diálogo federativo tão saudável e tão necessário, trabalhar para trazer paz, para trazer emprego, para trazer cidadania para o povo brasileiro”, afirmou.
O Fórum dos Governadores se reuniu com o presidente da República e representantes dos Poderes, em Brasília, após o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. A medida foi adotada para conter os atos de vandalismo praticados por manifestantes bolsonaristas que depredaram o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Esses atos não podem ficar impunes de forma alguma. Na verdade, os atos chamados antidemocráticos, e assim são porque são atos golpistas e porque são atos terroristas. Golpistas porque não querem aceitar as regras do jogo, consignada na nossa constituição cidadã. E terroristas porque o que nós vimos foram cenas de vandalismo, depredando o patrimônio público num atentado brutal, violento ao povo brasileiro”, afirma governadora do RN.
Lula agradeceu a iniciativa dos governadores e governadoras pelo ato de solidariedade ao povo brasileiro e à democracia. O presidente afirmou que não permitirá “que a democracia escape das nossas mãos, porque ela é a única chance de a gente garantir a esse povo humilde que vive na periferia, no meio da rua, o direito de comer três vezes ao dia, o direito de trabalhar”. Ele lembrou aos presentes que essa foi a única razão pela qual voltou a ser candidato a Presidente da República. “É a única razão e não vou deixar isso escapar. Porque quando eu terminar meu mandato eu quero entregar esse país pra vocês um pouco melhor ou muito melhor do que o país que eu recebi e com a democracia muito mais consolidada”, enfatizou.
Democracia
Nesta terça-feira, 10, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), disse que a democracia brasileira sai fortalecida após as respostas rápidas dadas pelo país aos atos antidemocráticos. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, deu a declaração após a cerimônia de posse da nova diretoria da ApexBrasil.
“A resposta foi extremamente rápida e já foi feita a intervenção na segurança pública do Distrito Federal. Há poucos casos de acampamentos. Os que existiam foram desmobilizados. Acho que a democracia sai fortalecida desse episódio”, disse Alckmin ao destacar, também, que o ocorrido acabou por unir os Três Poderes e as unidades federativas na defesa da democracia.
“Um aspecto importante da federação brasileira, com o presidente Lula recebendo os 27 governadores e o presidente da Frente de Prefeitos, é o de que a democracia é um valor importantíssimo muito ligado à economia. É consolidando a democracia que o ambiente econômico vai melhorar e se fortalecer”, disse.
Alckmin reafirmou que a resposta aos atos antidemocráticos será de punição não apenas a quem os praticou, mas aos responsáveis por seu financiamento. Na avaliação dele, por terem aspecto “transitório e passageiro” esses atos não prejudicarão a economia do país.
“Isso é transitório. Os Estados Unidos tiveram a invasão do Capitólio, mas isso não mudou a economia americana. Economia é competitividade. Temos de trabalhar, porque temos muitas oportunidades. Uma delas, que chama muita atenção, é a questão da economia verde, no combate às mudanças climáticas”, disse.
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