Luciana Amaral e Gabriel Hirabahasi - da CNN
Integrantes do partido Progressistas (PP) têm cogitado nomes para assumir o Ministério da Saúde em caso de saída da atual titular da pasta, Nísia Trindade, numa eventual reforma ministerial.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deve fazer mudanças significativas na Esplanada neste momento. Nos bastidores, fala-se apenas em trocas pontuais para atender melhor siglas aliadas no Congresso.
Há dúvidas se o Ministério da Saúde seria afetado. A pasta é visada por partidos pelo orçamento grandioso –cerca de R$ 190 bilhões autorizados para 2023– e pela capacidade de liberação de emendas parlamentares que atendam demandas nos redutos eleitorais deles.
De todo modo, integrantes do PP já falam em nomes da sigla que poderiam ocupar o comando do ministério. Entre eles, o atual secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro e deputado federal licenciado, Dr. Luizinho (RJ), e o senador Hiran Gonçalves (RR). Ambos são médicos.
Dr. Luizinho é tido como o preferido da cúpula do PP, como o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira (PI), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). No entanto, o fato de ele compor um governo mais de direita no Rio é visto como um ponto que pode pesar negativamente para o Planalto.
Lira afirma que não pediu qualquer ministério para Lula. Nos bastidores, uma mudança na Esplanada que contemple o PP é avaliada como um passo importante para aproximar o presidente da Câmara do presidente da República, em termos de facilitar o andamento de matérias de interesse do Planalto na Casa legislativa. Também para consolidar o PP como base do governo.
A intenção da gestão petista atualmente é firmar a base aliada com o União Brasil, o PP e pelo menos 30 dos 99 deputados federais do PL, além dos governistas que já caminham com o governo.
O União Brasil pleiteia emplacar o deputado federal Celso Sabino (União-PA) no lugar de Daniela Carneiro, ministra do Turismo. Ela integra o União, mas pediu para sair do partido. Deputados alegam que ela não representa a maioria da bancada da sigla na Câmara. A troca no Turismo é tida como questão de tempo.
Nesta sexta-feira, 16, Lira foi ao encontro de Lula no Palácio da Alvorada, em Brasília. Depois, pelo Twitter, Lira disse que discutiram “as pautas para o crescimento do país, especialmente a reforma tributária e a do Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]”. Ele negou que tenham discutido trocas na Esplanada.
“Tratamos do bom momento da economia brasileira, a intenção de trabalharmos juntos pelo país, e as recentes aprovações de matérias pela Câmara dos Deputados com esse objetivo. Ouvi dele a intenção de reduzir o envio de MPs [medidas provisórias], um anseio do Congresso Nacional. Não se falou de mudanças no ministério do presidente Lula”, completou.
Governo forma força-tarefa para distribuição de cargos
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou uma "força-tarefa permanente" para acelerar as nomeações de indicados por aliados nos ministérios. A medida é resultado de uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais agilidade na nomeação de cargos dos aliados do governo.
"Quero anunciar primeiro uma decisão da reunião ministerial do presidente Lula. Nós constituímos uma força-tarefa permanente junto aos ministérios, decisão do presidente Lula, para acelerar a análise técnica pelos ministérios para composição do governo”, anunciou, para ressaltar: “Nós mostramos que há cerca de 403 currículos apresentados por parlamentares e segmentos sociais, que estão em análise nos ministérios.”
Segundo o ministro, algumas das nomeações aguardam encaminhamento há 60 dias. "Nós já vínhamos cobrando quase que diariamente e, em uma decisão da reunião de ontem, vamos fazer uma força-tarefa permanente, coordenada pela SRI [Secretaria de Relações Institucionais], a partir da fala do presidente Lula, para que se acelere o mais rápido possível pelos ministérios essa composição", disse Padilha.
"Além disso, tomamos uma decisão anunciada na reunião, que semanalmente ministros e assessores vão passar um mapa dos parlamentares atendidos nos ministérios, seja pelos ministros, pelos secretários nacionais, pelas suas equipes. Semanalmente, a SRI [Secretaria de Relações Institucionais] vai entregar esse mapa aos líderes do governo na Câmara, no Senado, no Congresso, para que possam repassar isso para os líderes partidários e possa fazer mapeamento permanente. Esse é um governo que está aberto à interlocução com o Congresso Nacional".
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