Por César Santos / Jornal de Fato
A oposição tem pesquisa que mostra um declínio na popularidade do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil). E, no cruzamento dos dados, a leitura aponta que o eleitor mossoroense está aberto para analisar um novo projeto para a cidade. Não significa dizer, porém, que o atual gestor entrará o ano eleitoral em situação desconfortável. Allyson ainda é um nome a ser batido.
Alguns pilares de avaliação do gestor municipal estão desgastados e muito dificilmente Allyson conseguirá reverter, embora o tempo esteja a seu favor.
É o caso da péssima relação com os professores e professoras. O prefeito não teve a capacidade para negociar o novo piso salarial da categoria e, ao optar pelo confronto, acionando a Justiça para prejudicar os profissionais, passou a ideia de político opressor.
Os professores e professoras têm uma relação bem próxima das famílias de alunos e da comunidade onde lecionam. Logo, a insatisfação da categoria repercute com raio de ação que vai além do ambiente escolar.
As demais categorias de servidores públicos também repercutem uma imagem negativa do prefeito. A relação é a pior possível, principalmente depois da retirada de direitos históricos que provocou enorme crise em maio deste ano. No Grito dos Excluídos, durante o desfile de 7 de Setembro, os professores e servidores fizeram ecoar o grito na Avenida Alberto Maranhão: “Prefeito opressor massacra servidor”.
Outro ponto identificado por pesquisa, que tem corroído a imagem do prefeito Allyson, é a falta de transparência na gestão municipal, que ganhou dimensão nos últimos dias. Sem prestar conta dos quase 200 milhões de reais que recebeu para investimentos, carimbados pelo Finisa e emendas federais, o prefeito é visto, por uma camada considerável da população, sob suspeita. A máxima de que “quem não deve, não teme” se espalhou em todos os segmentos, com menor ou maior repercussão.
A reclamação feita pela oposição ganha força nas obras inacabadas e nos projetos do Finisa que não saíram do papel. A Praça do Basquete, no Santa Delmira, e a lentidão das obras da antiga Cobal e do Mercado do Vuco-Vuco funcionam como um outdoor da incompetência. Já o Hospital Psiquiátrico e Arena Cultural, com projeto pronto e dinheiro do Finisa em caixa, mas que não foram realizados, alimentam a desconfiança.
O que deve preocupar o atual gestor é que o processo de desgaste não é por obra ou competência da oposição. Na verdade, a oposição até aqui tem se mostrado frágil e de pouca capacidade de fazer o enfrentamento ao prefeito. Isso sugere que, quando a oposição acordar, o cenário pode se agravar para as pretensões eleitorais do prefeito.
É claro que pesquisa revela o cenário do momento, mas também mostra tendência. No momento, a avaliação positiva supera a negativa da gestão Allyson Bezerra, mas a tendência de desgaste sugere que a balança pode mudar de lado. Cabe ao prefeito cuidar para os focos não virarem pesadelo. E, para a oposição, a capacidade de aproveitar o momento para consolidar a tendência.
É isso aí.
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