Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 18h45 | 26 Mar 2024 | redação Governadora defende crescimento econômico com justiça social

Crédito da foto: Breno Esaki Governadora Fátima Bezerra no debate promovido pelo portal Metrópoles, em Brasília

Em Brasília, nesta terça-feira, 26, a governadora Fátima Bezerra (PT) destacou a janela de oportunidades que o Nordeste encontra hoje com a geração de energias renováveis, potencial hídrico com a transposição de águas do rio São Francisco e os investimentos em infraestrutura e educação.

Fátima, como presidente do Consórcio Nordeste participou de debate promovido pelo portal Metrópoles com o tema "Nordeste em Pauta: importância do crescimento econômico para o Brasil". Estavam na mesa de debate o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, e representantes do Governo Federal.

"O Nordeste ainda tem o menor PIB per capita do país, fruto do desinvestimento e da desindustrialização. Mas agora temos nova configuração com medidas que vislumbram cenário animador, como exemplo o campo das energias renováveis. Apenas o Rio Grande do Norte, por exemplo, gera 30% da energia eólica do país, o que é muito significativo em tempos de urgente necessidade de descarbonização do planeta", afirmou a governadora.

Aristides Monteiro Neto, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do IPEA concordou com a governadora e presidente do Consórcio Nordeste e reforçou que a desatenção ao Nordeste por muito tempo acentuou a pobreza e as dificuldades regionais. "Agora uma nova perspectiva se apresenta e a região cresceu no último ano média de 3%. E a capacidade de reflexão e planejamento melhorou muito na região", observou Monteiro.

Fátima Bezerra enfatizou a expansão do ensino superior e da educação profissional no início dos anos 2000. "E o resultado disso é que está acabando o antigo argumento de que os empreendimentos não vão para o Nordeste por falta de mão de obra qualificada. Isso é passado, e cito o caso da Voltália, que instalou seu centro mundial de operações em energias renováveis em Mossoró, atuando com mão de obra formada no Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte (IFRN) de João Câmara, cidade da região do Mato Grande do estado".

Sobre a atuação do Consórcio Nordeste junto aos estados, na busca e execução de ações para desenvolver a região, Fátima disse que "é de grande importância e lembrou que o Consórcio foi institucionalizado a partir de 2019, diante de uma conjuntura nacional desfavorável, com uma administração que desprezou o diálogo e o pacto federativo". Ela acrescentou que "buscamos atuação conjunta para soluções aos principais problemas da região. Além disso, o Consórcio exerce papel preponderante no debate nacional e na conjuntura política no novo governo que restabeleceu o pacto federativo e dialoga com estados, municípios e com a sociedade. Um exemplo é o novo PAC", afirmou.

A governadora citou como prioridade para fortalecer o desenvolvimento econômico concluir as obras de transposição de águas do São Francisco. "Esta é uma obra de infraestrutura muito especial. Estamos executando as obras do ramal Apodi, investimento de R$ 1 bilhão. Até instituímos no âmbito Consórcio Nordeste um observatório para acompanharmos esta obra e outras. O objetivo é acompanhar a execução dentro dos prazos. Em conjunto com Ministério da Integração Nacional, estamos trabalhando projetos para aproveitamento das águas. E quero registrar que 70% da alimentação do brasileiro vem da agricultura familiar. O Nordeste tem 50% da produção da agricultura familiar, mesmo com a baixa mecanização e acesso a meios que facilitem a produção".

O Nordeste é hoje uma região estratégica para negócios inovadores, é destaque no turismo e na fruticultura, e é a região que responde por 90% da produção de energia eólica e 85% da produção de energia solar brasileiras. Dos mais de 932 parques eólicos instalados no Brasil, 829 estão no Nordeste. De forma que não é possível falar em política de descarbonização e mudança na base energética brasileira sem falar do Nordeste.

Ainda em relação aos investimentos, a governadora do RN disse que o Nordeste tem R$ 150 bilhões contratados em expansão da produção de energias renováveis. "Sobre o hidrogênio verde e usinas de energia limpa offshore temos 13 projetos no RN tramitando no Ibama. E o projeto inovador, que é o Porto Indústria verde, projeto de envergadura que tem âmbito não só local e nacional, mas para o mundo. Será implantado através de Parceria Público Privada - PPP".

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