Blog do César Santos
O rosadismo, oficialmente, está de volta ao PSB. As ex-deputadas e ex-vereadoras Sandra e Larissa Rosado receberam o Diretório Estadual do partido das mãos do presidente nacional Carlos Siqueira, em reunião ocorrida em Brasília nesta quarta-feira, 10.
O retorno do tradicional grupo político de Mossoró à legenda socialista teve a interferência direta do PT, da governadora Fátima Bezerra, por consequência das eleições municipais deste ano. O PSB estadual, que estava sob o controle do ex-deputado federal Rafael Motta, vinha criando problemas em Natal e Mossoró, os dois maiores colégios eleitorais do RN, contrariando os interesses políticos da aliança dos partidos a nível nacional.
Daí, em decisão direta de Brasília, o PSB saiu das mãos de Rafael e, em Mossoró, deixou de ser controlado pelo prefeito Allyson Bezerra, que é do União Brasil. Por consequência, o rosadismo foi chamado para assumir o partido a nível de estado.
O PSB será aliado do PT nas eleições municipais, conforme orientação da direção nacional. O partido tem a vice-presidência da República, com Geraldo Alckmin, e faz parte do projeto liderado pelo presidente Luiz Inácio da Silva, que visa à reeleição em 2026. Por isso, a orientação para que as duas legendas sigam juntas nas eleições municipais, sobretudo em médios e grandes colégios eleitorais.
Rosadismo passou 13 anos no PSB, antes de sair em 2018
Em 23 de março de 2018, a então deputada estadual Larissa Rosado, com a sua mãe Sandra Rosado, que era vereadora, acertaram a saída do PSB para o PSDB, levando todo o grupo para a sigla tucana.
Naquele momento, o rosadismo estava encerrando uma parceria política de 13 anos com PSB. O grupo chegou ao partido socialista em 2005, pelas mãos da então governadora Wilma de Faria (falecida em 2017), saindo do PMDB onde estava enraizado há décadas, sob a liderança do ex-deputado federal Vingt Rosado, pai de Sandra e avô de Larissa.
Foi no PSB que o rosadismo se aproximou de Eduardo Campos (falecido em 13 de agosto de 2014, em acidente aéreo, quando era candidato à Presidência da República) e fortaleceu laços políticos e de amizade. Sandra Rosado, na condição de deputada federal, fez parte do movimento pela indicação e nomeação de Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
A transferência do rosadismo do PSB para o PSDB foi costurada pelo presidente do partido no RN, Ezequiel Ferreira de Souza, que também é presidente da Assembleia Legislativa.
Quatro anos depois, em 2022, o rosadismo trocou o PSDB pelo União Brasil, a convite do ex-senador José Agripino Maia. Pelo União, Sandra e Larissa foram candidatas à deputada federal e estadual, sem sucesso nas urnas.
Em 2023, Agripino tirou o comando do União Brasil de Mossoró das mãos do rosadismo e entregou ao prefeito Allyson Bezerra, obrigando o grupo a deixar o partido e, por gravidade, abrindo caminho para o retorno de Larissa e Sandra ao PSB.
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