Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 21h00 | 14 Mai 2024 | redação Lula demite Jean Paul; Magda Chambriard será a próxima presidente da Petrobras

O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal.

Crédito da foto: Reprodução Presidente Lula comunicação decisão a Jean Paul Prates nesta terça-feira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. Prates se despediu nesta tarde de seus diretores e comunicou à equipe que Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff.

O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal.

O desgaste, que se prolongou ao longo de todo o terceiro mandato de Lula, se agravou após Silveira conceder uma entrevista à Folha de S. Paulo admitindo o conflito com Prates e dizendo que não abriria mão de sua autoridade como ministro sobre a companhia.

Como informou o colunista Lauro Jardim à época, a situação se agravou depois de que Prates declarou à colunista da Folha Monica Bergamo que havia pedido uma reunião "definitiva" para tratar sobre a sua fritura no cargo. No Planalto, o movimento foi encarado como uma tentativa do CEO da Petrobras de emparedar Lula, o que teria desagradado o petista.

Em abril, o presidente Lula chegou a convidar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para assumir o comando da petroleira. Mas pesou a favor da permanência de Prates o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como publicamos no blog.

A fritura ocorreu em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras.

Prates defendia a proposta da diretoria de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa após o pagamento dos dividendos regulares – R$ 43,9 bilhões. Já o grupo de Alexandre Silveira defendia segurar todo esse dinheiro em um fundo de reserva com o objetivo de melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos.

Lula arbitrou a disputa e determinou que os seis conselheiros indicados pela União votassem contra o pagamento. Prates negou publicamente que houvesse uma ordem do presidente da República nesse sentido, mas foi desmentido pelo próprio petista no mesmo dia.

Após duas reuniões encabeçadas por Lula, o presidente encampou a tese de Silveira, o que irritou Jean Paul Prates.

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