Jornal de Fato
O Grupo de Trabalho Anticorrupção (GTAC) do G20, fórum que reúne as maiores economias do mundo, estabeleceu três compromissos principais na luta contra a corrupção. Esse foi o tema principal do evento encerrado nesta quinta-feira, 24, em Natal. Foram quatro dias de debate sobre as prioridades das nações para fortalecimento de mecanismos de transparência, integridade e responsabilização, tanto no setor público quanto no privado.
Com a presença do ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Marques, recepcionado pela governadora Fátima Bezerra (PT), o fórum definiu como primeiro compromisso a garantia da participação ativa da sociedade civil na construção das agendas anticorrupção.
O segundo ponto é o papel da iniciativa privada no combate à corrupção. Para Vinícius Marques, a corrupção não é um problema exclusivo do Estado, mas também do setor privado.
O terceiro compromisso se relaciona ao desenvolvimento sustentável e trata do combate à corrupção em situações de desastres climáticos. O titular da CGU afirmou que os países, liderados pelo Brasil, também assumiram um compromisso de buscar a gestão eficiente dos recursos públicos disponibilizados para situações de desastres climáticos.
O resultado do encontro será submetido aos líderes do G20 durante a cúpula dos chefes de Estado e de governo, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
O Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20 reuniu durante quatro dias os representantes de governos de Portugal, Argentina, França, Suíça, Austrália, Espanha, além da União Europeia e nações africanas e asiáticas. O fórum entende que a corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento sustentável e à igualdade, uma vez que a sua prática agrava as desigualdades sociais e econômicas e compromete a confiança nas instituições públicas.
A declaração ministerial endossada pelo grupo enfatiza que o fortalecimento da integridade em todas as esferas da sociedade, tanto no setor público quanto no privado, é essencial para a construção de um “mundo justo e um planeta sustentável”, lema da presidência brasileira do G20.
“São situações que têm ocorrido, infelizmente, com cada vez mais frequência e que têm acontecido em qualquer estado da federação. Esse ano aconteceu no Rio Grande do Sul. Nós temos chuvas muito fortes, secas muito fortes, e tudo isso tem que ser enfrentado com uso de recursos públicos da maneira mais eficiente possível”, afirmou o ministro.
Superintendente da CGU no Rio Grande do Norte, Rogério Vieira dos Reis falou sobre a relevância dos temas em debate e, por consequência, a busca de soluções conjuntas. “A corrupção desvia grande parte dos recursos que deveriam estar sendo aplicados na educação, na saúde. Então quando a gente vê, às vezes, as políticas públicas não sendo bem executadas, não chegando ao cidadão, às vezes a razão é justamente a corrupção”, pontuou.
A governadora Fátima disse que o Governo Federal avança as ações de combate aos crimes de corrupção. “O Brasil tem avançado no combate à corrupção, criando um ambiente de negócios mais íntegro, que favorece o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades. Esse esforço é um passo decisivo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e combater a fome e a pobreza”.
Auditores federais protestam diante do G20
Os auditores federais do Rio Grande do Norte fizeram protestos durante o encontro do G20 sobre integridade e anticorrupção em Natal. Usando camisetas pretas e expondo faixas e cartazes, eles se manifestaram contra o que consideram “desvalorização da carreira”.
Os manifestantes reivindicam um acordo com o governo federal em relação ao reajuste salarial e criticam a falta de diálogo para negociação da pauta. Eles se reuniram na frente do hotel Serhs, onde o ministro da CGU, Vinícius Marques, a governadora Fátima Bezerra, especialistas e líderes globais participaram do G20.
Os auditores federais pedem, há meses, uma negociação mais justa com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), além do fim das assimetrias remuneratórias.
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