Professora doutora Ludimilla Oliveira, ex-reitora da Ufersa
Por César Santos – Jornal de Fato
Mossoró tem a primeira pré-candidata à deputada federal nas eleições de 2026. A professora doutora Ludimilla Oliveira, ex-reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), confirmou nesta segunda-feira, 13, que o seu nome será colocado como opção para um mandato na Câmara dos Deputados.
Ludimilla respondeu de forma positiva a uma postagem do jornalista Ismael Sousa, que noticiou o projeto eleitoral em primeira mão. A ex-reitora escreveu em suas redes sociais:
“Sim, é verdade! Nosso nome está à disposição para fazer um MANDATO DE DEPUTADA FEDERAL, ITINERANTE PELO RN. Agora é aguardar, o tempo de Deus e a bênção Dele! Nossa parte fizemos que foi nos dispor.”
A ex-reitora adiantou que deixará os quadros do União Brasil para se filiar ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro e que é liderado no Rio Grande do Norte pelo senador e provável candidato a governador Rogério Marinho.
A decisão política de Ludimilla Oliveira não surpreende. Militante de direita, com pautas conservadoras, ela nunca escondeu fidelidade ao ex-presidente Bolsonaro. Foi Bolsonaro, quando presidente, que a nomeou reitora da Ufersa, mesmo Ludimilla tendo sido a terceira colocada na consulta acadêmica.
No dia 20 de agosto de 2021, cumprindo agenda administrativa em Mossoró, o então presidente da República assinou a nomeação da primeira mulher reitora da história da Ufersa. A decisão de Bolsonaro criou uma crise política e institucional na instituição, uma vez que a maioria dos três segmentos (professores, técnicos e estudantes) havia escolhido o professor doutor Rodrigo Codes, que é militante de esquerda. A esquerda universitária abriu confronto para evitar a gestão de Ludimilla, e a Ufersa viveu momentos difíceis.
Em 2024, Ludimilla concorreu à reeleição, mas foi rejeitada pela comunidade acadêmica. Mais uma vez, Rodrigo Codes foi o primeiro colocado na consulta e, agora, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 12 de dezembro do ano passado, Codes foi empossado pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
Agora, devidamente identificada entre os bolsonaristas, Ludimilla Oliveira entende que está pronta para buscar um mandato de deputada federal. Ela reforçará as fileiras do PL do Rio Grande do Norte, que atualmente é representado em Brasília pelos deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves e o senador Rogério Marinho, líder da oposição.
Ludimilla Oliveira enfrentou guerra política na Ufersa
Durante os quatro anos de mandato na Reitoria da Ufersa, a professora doutora Ludimilla Oliveira enfrentou um embate político e ideológico sem precedentes. A ex-reitora foi rejeitada pela esquerda universitária e enfrentou uma oposição ferrenha.
A crise foi estabelecida na instituição de ensino superior desde a nomeação assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2020, que culminou com a denúncia de que Ludimilla havia plagiado tese de conclusão da pós-graduação dela na área de arquitetura e urbanismo, ainda em 2011.
No dia 3 de junho de 2023, o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, José Daniel Diniz, acatou a denúncia e decidiu cassar o título de doutora da reitora:
"A Universidade Federal do Rio Grande do Norte recebeu manifestação na Ouvidoria e realizou os encaminhamentos necessários. O processo foi finalizado com a decisão, que acompanha o relatório conclusivo da Comissão de Processo Administrativo, após parecer da Procuradoria Federal”, informou o reitor.
Ludimilla negou o plágio: Nunca plagiei nada na minha vida, quiçá um doutorado em que fui primeiro lugar no ingresso, tirei nota A em todas as disciplinas e A sem ressalvas na tese. Então, a verdade será o caminho das veredas da justiça humana e de Deus. Afirmo que todas as providências foram tomadas e agora é aguardar.”
Por consequência, a reitora iniciou luta na Justiça Federal. No primeiro momento, na 1ª Vara Federal do RN, ela não obteve êxito, uma vez que foi mantida a decisão da UFRN. Em agosto de 2023, no TRF-5, Ludimilla conseguiu vitória na guerra jurídica, mantendo o seu título de doutorado e o direito de concluir o mandato de reitora até dezembro de 2024.
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