Se depender da vontade do senador Rogério Marinho, presidente estadual do Partido Liberal (PL), a chapa de oposição em 2026 terá ele candidato a governador, senador Styvenson Valentim (Podemos) candidato à reeleição e o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), postulante à outra vaga no Senado da República. O projeto seria respaldado pelo prefeito de Natal, Paulinho Freire, do União Brasil.
Marinho sabe, porém, que do papel à prática tem um caminho cheio de obstáculos para percorrer. O principal deles é convencer lideranças regionais, de oposição ao governo Fátima Bezerra (PT), que o palanque do bolsonarismo é a melhor opção para vencer as eleições de outubro do próximo ano.
Para vencer esse obstáculo, o líder liberal conta com apoio do novo presidente da Federação dos Municípios do RN (FEMURN), Babá Pereira (ex-prefeito de São Tomé), que foi eleito com apoio de Marinho. A entidade que congrega os 167 municípios potiguares é a via de acesso aos gestores municipais. Babá terá a missão de fazer a interlocução entre o senador-governadorável e os gestores.
Além disso, Babá tentará se viabilizar à Câmara dos Deputados, também com a simpatia de Rogério Marinho. Esse projeto ficou claro na disputa pela presidência da Femurn, quando a oposição liderada pelo senador do PL fez um trabalho de bastidores que resultou na vitória de Babá sobre o prefeito de Pedra Grande, Pedro Henrique (PSDB), por 109 votos a 52.
De público
O senador bolsonarista já disse que vai percorrer todo o Rio Grande do Norte para construir o projeto de oposição ao Governo do Estado. O líder do PL no Senado da República deixou claro que irá explorar “falhas” da gestão Fátima Bezerra para mostrar que o estado está “estagnado” e que precisa de mudanças.
“Vou percorrer o RN pelo PL, levantando as dificuldades in loco, conversando com as pessoas e apresentando um projeto abrangente que ofereça uma alternativa real aos eleitores”, afirmou, ressaltando que a iniciativa terá início em março e durará seis meses.
Ele, porém, não crava, de público, que será candidato a governador, para evitar problemas com Álvaro Dias e Styvenson Valentim. O senador sabe que eles também vão colocar seus nomes para a cabeça de chapa da oposição. Daí, o líder bolsonarista conduzirá o processo para evitar desgaste.
No entanto, Rogério Marinho, em entrevista à imprensa de Natal, deixou claro que está disposto a disputar a sucessão estadual 2026:
“Ser governador do Rio Grande do Norte é arranjar sarna para se coçar. É uma tarefa hercúlea para recolocar o Estado nos trilhos. Mas se essa missão me for outorgada, eu a aceitarei com honra e orgulho, buscando dar minha contribuição ao estado que tanto precisa de um novo rumo.”
Marinho defende um projeto coletivo no sentido de colocar no mesmo palanque os principais líderes da oposição. “Aquele que tiver as melhores condições será o candidato. Temos que estar despidos de vaidades pessoais e trabalhar por um projeto que realmente beneficie o RN,” afirmou, para ressaltar sobre a sua possível candidatura: “Eu só posso ser candidato ao governo. Essa é a única posição que faz sentido ao meu perfil e minha experiência”.
Se Walter assumir o governo, será candidato à reeleição
A governadora Fátima Bezerra (PT) tem dito de público que “ainda não é hora para falar sobre eleições”, no entanto, o processo de construção do projeto 2026 está na pauta do dia. E o caminho natural é a governadora ser candidata ao Senado da República, onde já cumpriu mandato entre os anos de 2015 a 2018.
Para ser candidata, Fátima terá que renunciar ao cargo de governadora seis meses antes das eleições, no início de abril de 2026. Por gravidade, assumiria o vice-governador Walter Alves (MDB), que passaria a ser candidato natural à reeleição.
Essa ideia divide uma ala do PT, que defende que o partido deve ter nome próprio ao Governo do Estado. A deputada federal Natália Bonavides, que surpreendeu na disputa pela Prefeitura de Natal, com quase 45% dos votos, é favorita de considerável parte dos petistas.
No entanto, todos são conscientes que se Walter Alves assumir o governo, ele não abrirá mão de ser candidato à reeleição. O vice-governador, porém, tem evitado falar de público sobre essa possibilidade.
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