Jornal de Fato
Em meio ao turbilhão político provocado pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (veja cobertura na página 4) e a crise no terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma nova pesquisa de opinião pública aumenta a preocupação no Palácio do Planalto.
A desaprovação ao terceiro mandato do presidente Lula bateu recorde em fevereiro. O levantamento foi apresentado nesta quarta-feira, 19, pelo Paraná Pesquisas.
Segundo a pesquisa, contratada pelo PL, 55,0% dos brasileiros desaprovam a administração do petista, contra 42,0% que aprovam a gestão. Outros 2,9% não souberam ou não opinaram sobre o tema. Os números apontam uma inversão aos índices observados no início da série histórica, em agosto de 2023.
A queda de popularidade do governo Lula já havia sido detectada pela pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira, 14. O levantamento apontou que 24% dos eleitores brasileiros aprovam o governo e 41% reprovam. Dos entrevistados, 32% avaliaram o governo como regular, e 2% não souberam ou não responderam.
Segundo o Datafolha, é o pior nível de aprovação em todos os três mandatos do presidente Lula, e a reprovação também é recorde.
Antes, Lula havia atingido 28% de ótimo e bom em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão, em seu primeiro mandato, que ocorreu de 2003 a 2006. Já o maior índice de ruim e péssimo tinha sido registrado em dezembro de 2024, e foi de 34%.
Na pesquisa anterior do Datafolha, realizada em dezembro de 2024, a aprovação de Lula era de 35% e a reprovação, 34%. Consideraram o governo regular 29% e 1% não soube ou não respondeu.
Avaliação
O levantamento do Instituto Paraná analisou também como os brasileiros avaliam a administração Lula. Para 28,8%, a gestão federal é ótima (9,0%) ou boa (19,8%), enquanto 45,0% a consideram ruim (9,2%) ou péssima (35,8%). Outros 25,0% classificam a gestão como regular, e 1,2% não sabe ou não opinou sobre o tópico.
Foram ouvidas 2.010 pessoas entre os dias 13 e 16 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
“Se forem culpados, eles terão que pagar pelo erro”, afirma Lula
Por g1
O presidente Lula se esquivou de comentar, de forma direta, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 por terem, supostamente, tramado um golpe de Estado entre 2021 e 2023.
Lula defendeu o direito à ampla defesa e disse que, se forem considerados culpados, "eles terão que pagar pelo erro que cometeram".
O presidente citou indiretamente, no entanto, uma das conclusões mais graves da Polícia Federal: a de que o plano golpista envolvia a possibilidade de assassinar Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
"Eu não vou comentar um processo que está na Justiça. O que eu posso dizer é que nesse país, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência. Se provarem que não tentaram dar golpe e que não tentaram matar o presidente, o vice e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro", disse Lula.
"Se na hora que os juízes forem julgar, chegarem à conclusão que são culpados, eles terão que pagar pelo erro que cometeram. O processo vai para a Suprema Corte, e eles terão todo o direito de se defender. Não posso comentar mais nada do que isso", seguiu.
Lula deu a declaração ao lado do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, em cerimônia após a assinatura de atos bilaterais no Palácio do Planalto.
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