Por Lauro Jardim / O Globo
Ninguém tem dúvida de que Jair Bolsonaro será tornado réu por tentar dar um golpe de estado ao fim da sessão de hoje no Supremo.
Muito menos o próprio ex-presidente.
Bolsonaro já tem preparado o tom do seu discurso a partir do momento em que a sessão de hoje se encerrar.
Em resumo, eis o que vem por aí e que será repetido à exaustão em suas redes e pelos influenciadores bolsonaristas:
#”Trata-se da maior perseguição político-judicial da história do Brasil” (um exagero, mas na retórica politica vale tudo)
#”O objetivo é impedir que eu participe e ganhe a eleição presidencial de 2026.”
#”Jamais um ex-presidente teve sua vida pessoal, financeira e política devassada de maneira vil e implacável como acontece comigo “. (Está aí uma frase que poderia tranquilamente ser dita por Lula)
#”Minha família foi perseguida, investigada e tripudiada nos meios de comunicação. Hoje tenho um filho que é obrigado morar nos EUA tal o nível de perseguição que ele sofre.” (A decisão de Eduardo Bolsonaro de ficar nos EUA teve inicialmente a oposição até de Bolsonaro…)
#”Nunca desejei ou levantei a possibilidade da ruptura democrática”. (Não?)
#Me afastei do país após a eleição porque entendi que seria o melhor para todos, inclusive para o candidato adversário. Não estava aqui no 8 de janeiro de 2023”.
#”Todo o processo jurídico contra mim é uma aberração jamais vista. Pessoas são presas e coagidas a fazer delação premiada para salvar suas famílias.”
#”A avaliação de uma denúncia contra um ex-presidente é feita por uma turma do STF e não pelo plenário da Corte. Na banca de julgadores, dois conhecidos desafetos meus e um terceiro elemento que foi advogado do meu adversário eleitoral em 2022”.
# “Alexandre de Moraes, o relator do processo é, ao mesmo tempo, vítima, investigador e julgador de sua própria causa – outra aberração”.
#As ditas “provas” de acusação se baseiam numa única delação premiada, com 11 versões”.
#”Houve um total cerceamento da defesa. Soubemos das onze versões da delação premiada pelo seletivo vazamento da imprensa.”
#”O pequeno prazo para a defesa analisar mais de 1,2 mil páginas é uma afronta ao direito de defesa”.
#”Não promoveram nenhuma investigação mais profunda sobre a postura do general Gonçalves Dias, ministro-chefe do GSI do novo governo, homem de confiança do presidente recém-empossado, filmado indicando a saída dos invasores do Palácio do Planalto, conivente com os “atos de vandalismo” no local.”
Tudo isso é uma repetição do que já vem sendo dito pelo bolsonarismo. Mas será martelado o máximo possível entre os seus apoiadores.
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