Por Regy Cart
Em discurso na Câmara Municipal de Mossoró, nesta terça-feira (16), a vereadora Sandra Rosado (PSB) reafirmou não ter praticado irregularidades a ela atribuídas em recente decisão da 8ª Vara Federal de Mossoró, a respeito de utilização de recursos públicos pela Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância de Mossoró (Apamim).
“Provarei minha inocência na instância superior, porque é uma decisão judicial sem provas e fora da realidade, fundada no interesse político de chancelar a malfadada intervenção na Apamim e que, para tanto, necessita de um bode expiatório”, disse, em pronunciamento na tribuna do plenário.
Equívoco
A vereadora esclareceu não ter apresentado a emenda parlamentar, a qual baseia a decisão judicial. “A emenda a que se refere o juiz teria sido liberada em convênio celebrado aos 31 de dezembro de 2003. Eis aí o maior erro da decisão de primeiro grau, pelo simples fato de que a iniciativa jamais poderia ser atribuída a mim, que cheguei à Câmara dos Deputados em fevereiro daquele ano”, explica.
Disse que quem entende o mínimo do funcionamento de uma casa legislativa sabe que senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores só podem propor emendas para o exercício orçamentário do ano seguinte.
Acrescentou que não trabalhou na Apamim, nunca interferiu na administração nem tirou benefício econômico da entidade. “Nunca agi em relação à Apamim, a não ser em seu auxílio, quando pediram, por compreender a magnitude do papel social da maternidade onde nasceram os meus quatro filhos”, frisou.
Integridade
Sandra lembrou que nos 12 anos que exerceu o mandato de deputada federal, apresentei dezenas de emendas ao Orçamento Geral da União, que, levando-se em consideração a cota anual de R$ 15 milhões reservada ao parlamentar, alcançaram cerca de R$ 180 milhões, para municípios de todas as regiões do Estado.
“Se pretendia me beneficiar de emendas, por que apenas uma para a Apamim entre dezenas? Por que somente R$ 719 mil no universo de R$ 180 milhões? Por que eu, filha de Vingt Rosado, sujaria minhas mãos e desonraria a memória de meu pai por R$ 3 mil, se nem milhões me desviariam do bom caminho?”, referindo-de ao valor pelo qual foi condenada.
Lembrou ter trabalhado no Congresso Nacional entre 2003 e 2014 e, mesmo diante da enxurrada de delações premiadas, verdadeiras e falsas, o nome dela jamais foi associado a escândalos de corrupção.
“Trago as mãos limpas e asseguro: jamais recebi sequer propostas indecentes, porque todos me conhecem e ninguém teria a petulância de me oferecer vantagem indevida. Embora a injustiça seja uma arma dolorosa, tranquilizam-me a consciência de minha inocência e a certeza de que o erro será reparado na instância superior. Com fé em Deus e convicta de que a Justiça prevalecerá”, concluiu o pronunciamento.
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