Presidente em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo fala de inocência e ingenuidade em episódio
“Eu não renuncio. Se quiserem, me derrubem.” A afirmação do presidente Michel Temer, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo edição de hoje (22), mostra que ele vai resistir aos contratempos graves que o colocam em situação bastante difícil.
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Chama a atenção, ao longo da entrevista, a forma como Temer trata o áudio em que ele aparece em conversa comprometedora com o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Para o presidente, não há crime, diferentemente o que pensa o procurador geral da República, Rodrigo Janot.
Sobre esse episódio, Temer afirma que sua frase foi dada quando Joesley afirmava: “Olhe, tenho mantido boa relação com o Cunha”. “[E eu disse]: “Mantenha isso”. Além do quê, ontem mesmo o Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu [dinheiro] a ele [Joesley] e muito menos a mim.”
Questionado sobre qual seria sua culpa, Temer diz que foi a ingenuidade. “Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento.”
O presidente afirma desconhecer que Joesley era investigado e minimizou o fato de receber o empresário tarde da noite, em um encontro que não constava da agenda oficial. “Você sabe que muitas vezes eu marco cinco audiências e recebo 15 pessoas. Às vezes à noite, portanto inteiramente fora da agenda.”
Temer voltou a criticar a forma como foi gravado e como os irmãos Joesley e Wesley Batista tiveram um tratamento diferente de outros investigados.
“Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda.”
Temer também diz que a crise política não vai afetar a votação das reformas na Câmara e no Senado Federal, contrariando as imagens do Congresso paralisado desde que estourou o escândalo da JBS.
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