A Polícia Federal detonou uma operação nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (19) para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD). A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes.
Segundo a PF, a ação também mira o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), e um deputado federal (não citou o nome).
A Polícia Federal não especificou que tipo de mandados são cumpridos no RN em relação a Robinson. O governador ainda não se pronunciou sobre o assunto.
De acordo com a PF, a ação tem origem no acordo de colaboração dos executivos da J&F, feito em 2017, quando eles revelaram doação suspeita a Gilberto Kassab, que é presidente nacional do PSD, e envolveram os nomes de Robinson e seu filho, deputado federal Fábio Faria (PSD).
A Polícia Federal está investigando “recebimento de vantagens indevidas” entre os anos de 2010 e 2016. Os repasses feitos pelas empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista teriam a finalidade de assegurar que Kassab defendesse os interesses do grupo e que apoiasse a então candidata do PT, Dilma Rousseff, na eleição presidencial de 2014.
Kassab e Robinson são investigados por corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral. Segundo a PF, descobriu-se que os repasses para Kassab e Robinson teriam sido efetuados por meio de assinatura de contratos falsos com simulação de serviços entre as empresas do grupo J&F e firmas indicadas pelos políticos.
CAERN
Na delação do ex-executivo da J&F, Ricardo Saud, ele apontou que Robinson teria recebido R$ 10 milhões para a campanha eleitoral de 2014, em que ele se elegeu governador do RN. Em troca, Robinson daria preferência ao grupo de Joesley e Wesley Batista na venda da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN).
Fábio Faria também foi envolvido por Saud, porém, foi excluído do processo pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que não colheu, segundo seu relatório, “nenhum elemento comprobatório que o investigado cometeu os referidos delitos.”
Segundo a procuradora, todas as pessoas ligadas ao fato noticiado pelo colaborador Ricardo Saud, negaram ter mantido alguma relação com Fábio Faria.
Já o governador Robinson Faria, que virou réu, afirma que é inocente.
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