César Santos – JORNAL DE FATO
Um dia após os vereadores Raério Araújo (PRB) e Alex do Frango (PMB) trocar agressões físicas na Câmara Municipal de Mossoró, a presidente Izabel Montenegro (MDB) levantou voz em defesa da restauração da convivência respeitosa entre os 21 membros da Casa. O Poder Legislativo mossoroense vive uma das piores crises de sua história, com a divisão entre apoiadores e contrários à gestão de Izabel, que tem provocado confrontos verbais, físicos e demandas jurídicas.
Através de sua assessoria de comunicação, Izabel Montenegro fez um apelo para que questiúnculas internas e pessoais não interfiram no funcionamento da Câmara e “na grande missão que o povo mossoroense nos delegou de representá-lo na Câmara; que o espírito público prevaleça e nos voltemos às grandes causas de Mossoró. Fomos eleitos para isso.”
Izabel apelou para o momento crucial pelo qual atravessa o país e o estado, ressaltando que os vereadores precisam fazer a sua parte, porque não estão desassociados do quadro nacional e estadual. “O momento exige de todos os vereadores uma agenda comum, de maneira a integrar Mossoró num debate construtivo e ajudar a vencer as dificuldades”, disse.
“Estamos iniciando um ano não eleitoral, tempo de mais trabalho e menos política. Poderíamos nós, os 21 vereadores, produzir pauta das demandas prioritárias de Mossoró e apresentá-la ao Governo do Estado, à futura bancada federal, à União. Defender nosso município”, propõe.
A presidente reforçou a necessidade de observar Mossoró de forma macro e não perder tempo e gastar energia com questões internas e secundárias na Câmara. “Esse é o chamamento que faço: que haja união em prol de um trabalho coletivo a favor da população mossoroense”, conclama.
Izabel Montenegro, porém, não se referiu a medidas adotadas por ela que atingiram o grupo de vereadores que não apoiam a sua gestão. Entre as medidas, a exoneração de mais de uma dezena de cargos comissionados que foram indicados pelos vereadores Zé Peixeira (PTC), Alex do Frango (PMB), Sandra Rosado (PSDB), Aline Couto (sem partido), João Gentil (sem partido), Genilson Alves (PMN) e Didi de Arnor (PRB). Esses vereadores pedem na Justiça a anulação das eleições que reconduziram Izabel ao cargo de presidente.
A presidente também não emite sinais de que recuará da decisão de não pagar a verba de gabinete, embora aprovada pela maioria em plenário. Na última vez que se reportou sobre o assunto, ela reafirmou que só reconhecerá a verba de gabinete se autorizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN).
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