Quinta-Feira, 13 de fevereiro de 2025

Postado às 11h00 | 28 Abr 2019 | Redação Com governadores de "corpo mole", Centrão quer tirar estados da reforma da Previdência

Crédito da foto: Ilustração Reforma da Previdência tramite na Câmara

Coluna César Santos/JORNAL DE FATO

Os governadores de Estados quebrados não se engajaram em favor da reforma da Previdência, mas exigem do Governo Federal ajuda para equilibrar as contas estaduais. Os outros governadores, que precisam menos da União, também se distanciaram da reforma. E, com raríssimas exceções, fazem campanha em seus estados contra a reforma proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A explicação é simples: eles não querem absorver o desgaste que o tema provoca, mesmo conscientes de que a mudança no sistema previdenciário beneficiará Estados e Municípios. A cavilação dos governadores se dá da seguinte forma: de público, jogando para a galera, satanizam a reforma; em gabinetes, torcem pela reforma.

O comportamento provocou reação e as consequências que podem ser danosas às gestões estaduais. Os deputados que integram o chamado “Centrão”, grupo formado por Solidariedade, PP, PR, DEM e PRB, sugerem que afastem os chefes dos Executivos estaduais da articulação em favor da proposta e que retirem os trechos que reformam as previdências estaduais e municipais.

O deputado Paulinho da Força (SDD) levantou voz: "Não aceitamos, de jeito nenhum, fazer reforma para governadores e prefeitos. Por que eu e os meus pares vamos nos desgastar perante a opinião pública, enquanto o governador fica em seu estado, numa boa, falando mal da reforma? O governador que faça a reforma dele lá na Assembleia Legislativa. Nós não aceitaremos fazer reforma aqui para os Estados e Municípios."

O que Paulinho disse se aplica à governadora Fátima Bezerra (PT). Ela condena a reforma da Previdência, mas sabe que o Rio Grande do Norte precisa da reforma para atenuar o desequilíbrio na previdência estadual. Ou seja, a governadora critica uma coisa que é boa para o Estado e que vai ajudar o seu governo a enfrentar o desequilíbrio fiscal.

A previdência estadual provoca um estrago nas contas públicas todos os meses no valor de R$ 130 milhões, segundo o secretário do Planejamento e Finanças, Aldemir Freire. Isso significa que no final de 2019, o governo Fátima terá aumentado o “rombo” nas contas em R$ 1,56 bilhão.

Fátima Bezerra já disse, através de interlocutores, que não encaminhará nenhuma medida de mudança na previdência estadual. Ou seja, ela espera que a reforma da Previdência do governo Bolsonaro ajude a resolver a crise no RN, porque o texto contempla os sistemas previdenciários de Estados e Municípios. Se isso é verdade – e é –, então por que a governadora não assume apoio à reforma da Previdência? A resposta é simples: a política partidária está acima dos interesses do país e do Rio Grande do Norte.

O PT usa a reforma como bandeira política para fazer frente ao governo Bolsonaro e a governadora potiguar embarca na estratégia, em detrimento do sofrido Rio Grande do Norte.

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