A frase do vereador Carlos Bolsonaro, sem tirar nem pôr: “Por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos."
Teor lesivo à democracia. A conjuntura balançou feito prédio deteriorado e sem os devidos alicerces.
O filho número 2 do presidente Bolsonaro, chamado pelo pai poderoso de “Carluxo”, correu às redes sociais para negar o que escreveu. Ou, traduzir o seu linguajar para o resto do Brasil entender as suas entrelinhas:
“O que falei: por vias democráticas, as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes.”
Em seguida, direcionou o cassetete para as costelas dos jornalistas:
“O que os jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende a ditadura. Canalhas!”
O filho do presidente deu de coturno. Ele tem pressa para agredir. Foi educado, assim. E o costume de casa, como diz a sabedoria popular, vai à praça. Só que a praça ficou grande demais para o clã Bolsonaro.
A canelada verbal de Carluxo provocou reações imediatas, em todas as instâncias, e serviu de ingrediente para aumentar a insegurança de empresários brasileiros e estrangeiros que esperam por um aceno positivo do governo para voltar a investir no país.
A velocidade que o filho do presidente diz ter por transformações, de fato, não é compatível com o processo democrático. Regimes democráticos são lentos, porém não há outro melhor. E nenhuma transformação, por mais necessária e urgente que seja, se consolidará divorciada da democracia.
Países que tentaram fazer diferente, acelerando as passadas, pegaram a via contrária, com resultados assustadores. Veja o caso da Venezuela, que teve pressa nas transformações, e hoje é um país contaminado pela ditadura vermelha, com o povo passando fome e milhares fugindo todos os dias para outros países.
O povo brasileiro quer as transformações, sim, mas sem abrir mão das vias democráticas. Nessa regra, não cabe exceção. Que Carluxo entenda isso. E, se a sua frase não foi compreendida, que ele contextualize melhor a sua narrativa, para evitar maiores prejuízos à nação.
Quanto às transformações prometidas por Bolsonaro candidato, elas serão cobradas ao final dos quatro anos de governo. E, se o presidente não cumprir o que prometeu, os brasileiros farão justiça com o título nas mãos.
Isso é DEMOCRACIA.
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