COLUNA CÉSAR SANTOS/JORNAL DE FATO
O mercado não está nem aí para os problemas criados pelo núcleo descontrolado do presidente Bolsonaro e pela oposição radical. A última patuscada, a tentativa — frustrada — de envolver o presidente da República na morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista, não abalou o prestígio do Brasil.
Pelo contrário, o cenário permanece bem positivo, senão vejamos:
O risco Brasil caiu para 117 pontos. O que é isso: é o risco de o governo brasileiro dá um calote? Esse risco já foi de 533 pontos em 2015 e caiu para 117 em 2019, uma queda de 43%. Ou seja, risco praticamente zero do país dá um calote.
A razão desse otimismo é de simples entendimento, e nem precisa ser especialista na área: A reforma da Previdência; o encaminhamento de uma agenda positiva pós-reforma; e sobretudo uma inflação praticamente de pouco mais de 3% ao ano, praticamente no chão.
Aliado a isso, tem a taxa de juros caindo seguidamente. Hoje é de 5% e deverá terminar o ano em 4,5%. Quando a presidente cassada Dilma Rousseff, do PT, saiu do poder, essa taxa era de 13% ao ano, impossibilitando qualquer reação positiva da economia brasileira.
A fase que o país vive hoje é histórica, se levar em conta mais de uma década de crise: inflação controlada, taxa de juros baixa, reformas em andamento, a volta do emprego, embora ainda lenta (taxa de desemprego caiu para 11,8%, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira, 31), e a previsão de retomada de investimentos a caminho.
Nos últimos dias as notícias positivas deram de olé na crise política, podendo citar a abertura do mercado da China para a fruta brasileira, com destaque para o melão potiguar, e anúncio de investimento de 10 bilhões de dólares do Fundo Soberano da Arábia Saudita.
Somando tudo isso, colocando no liquidificador, o resultado que se extrai é que o mercado não está nem aí para essa briga irresponsável da política menor.
Então, a turma do quanto pior melhor, que é aquela turma que faz tudo pelo poder, não tem conseguido até aqui desestabilizar o governo brasileiro. E por que não tem? Porque a política econômica do governo é, até aqui, competente, algo que não se via no País há muito tempo.
É como diz dez de cada dez especialistas, o que segura governo ou tira, o que elege ou derrota, é a economia. Até aqui, essa máxima tem se comprovado.
A ideia que se passa é que há uma blindagem para evitar que a estratégia de destruição se sobreponha aos interesses do país; e essa blindagem é sustentada pelo próprio povo brasileiro.
Que assim seja, e permaneça, porque o Brasil e os brasileiros não suportam esticar por mais tempo as consequências do desastre administrativo produzido num passado recente.
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