Maricelio Almeida/Da Redação
Os deputados estaduais Kleber Rodrigues e Eudiane Macedo oficializam neste sábado (30) suas mudanças partidárias. Kleber, que recebeu no último dia 19 autorização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para deixar o Avante, passa a integrar o PL, comandado no estado pelo deputado federal João Maia. O ato de filiação acontece às 16h, na cidade de Monte Alegre. Já Eudiane, eleita pelo PTC, filia-se a partir das 9h deste sábado, no Espaço América, em Natal, ao Republicanos, antigo PRB, que tem como presidente no Rio Grande do Norte o deputado federal Benes Leocádio.
Com as mudanças, a Assembleia Legislativa contabiliza até o momento cinco parlamentares que deixaram as legendas pelas quais foram eleitos em 2018 e migraram para novos partidos. Cristiane Dantas foi a primeira a pedir desfiliação. No dia 13 de março deste ano, a deputada, eleita pelo PPL, obteve autorização do Tribunal Regional Eleitoral para deixar a legenda. Ela ingressou no partido Solidariedade (SD). No mês de agosto, foi a vez de Ubaldo Fernandes encontrar um novo destino partidário: o PL. Antes, estava filiado ao PTC. Já o deputado Coronel Azevedo, eleito pelo PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, agora comanda o PSC no Rio Grande do Norte.
Outros três deputados devem migrar para novas siglas em breve. Hermano Morais já recebeu autorização do TRE-RN para sair do MDB. Ele ainda não confirmou para qual partido deve ir, mas os bastidores apontam como destino do parlamentar o PDT. Hermano pretende disputar a Prefeitura do Natal novamente e, para isso, espera contar com o apoio do ex-prefeito e ex-candidato a governador, Carlos Eduardo Alves.
No final de julho, o deputado Bernardo Amorim, ainda filiado ao Avante, recebeu convite do então presidente estadual do MDB, ex-senador Garibaldi Filho, para ingressar na tradicional legenda. Hoje, a sobrinha de Bernardo Amorim, a prefeita Ludmila Amorim, de Rafael Godeiro, já está filiada ao MDB. Também está de mudança partidária o deputado Souza, eleito pelo PHS e cujo destino deve ser o PSB, do grupo do deputado federal Rafael Motta.
Cristiane, Eudiane Macedo, Ubaldo Fernandes e Souza foram eleitos em 2018 por partidos que não alcançaram, naquele pleito, a cláusula de barreira, ou seja, o mínimo de 3% dos votos em nove dos 27 estados do país, e nem elegeram a quantidade mínima de deputados federais para ultrapassar a cláusula prevista emenda constitucional 97-17. Com isso, essas siglas perdem tempo gratuito de TV e rádio, além de recursos do fundo partidário.
CONGRESSO
No Senado Federal, dos três parlamentares eleitos pelo RN em 2018, dois já mudaram de partido: capitão Styvenson e Zenaide Maia. O primeiro filiou-se à Rede Sustentabilidade para garantir sua participação na disputa eleitoral, mas tão logo assumiu o mandato anunciou que deixaria a sigla e, no dia 4 de fevereiro, ingressou no Podemos. Já Zenaide, também motivada pela cláusula de barreira, deixou o PHS e filiou-se ao PROS. Na Câmara Federal, apenas um dos oito deputados federais do RN mudou de partido até agora: Benes Leocádio, que antes integrava os quadros do PTC e agora faz parte do PRB. Dessa forma, o PTC já perdeu no estado todos os seus parlamentares eleitos em 2018.
“Dança das Cadeiras” também movimenta Câmara Municipal
Assim como na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), a Câmara Municipal de Mossoró (CMM) também tem registrado intensa movimentação de parlamentares em busca de novos partidos. O PSD, por exemplo, deverá perder os seus atuais três vereadores: Emílio Ferreira, Maria das Malhas e Tony Cabelos. A sigla passará a ser comandada na cidade por Raério Araújo que, insatisfeito com o tratamento recebido no seu antigo partido, o Republicanos, anunciou que está deixando a agremiação, hoje comandada em nível estadual pelo deputado federal Benes Leocádio e em nível municipal pelo ex-candidato a vereador Arlindo Fulgêncio.
Com a chegada de Raério, líder da oposição ao governo Rosalba Ciarlini, ao PSD, os vereadores situacionistas Emílio Ferreira, Maria das Malhas e Tony Cabelos deverão ser liberados para buscar um ou mais partidos da base de apoio à prefeita na Câmara.
Além do PSD, outro partido que também deve perder os seus vereadores filiados é o PMN, que hoje conta duas vagas na Câmara: Rondinelli Carlos e Genilson Alves. O Partido da Mobilização Nacional não atingiu a cláusula de barreira nas eleições do ano passado, o que impõe uma série de restrições à sigla, como o não recebimento de recursos do Fundo Eleitoral e exclusão do tempo de rádio e TV.
O destino de Genilson Alves ainda é incerto. Já o vereador Rondinelli Carlos deve se filiar ao PTB, legenda que tem como presidente estadual o suplente de deputado Getúlio Batista. Alex do Frango, ainda no PMB, deve ir para o PV. Os vereadores buscam organizar nominatas fortes e competitivas para enfrentar as eleições de 2020, a primeira em que as coligações proporcionais estarão proibidas.
João Gentil e Aline Couto já mudaram de partido. O primeiro, após ser eleito pelo PV em 2016 e ter passado rapidamente pelo Patriota, agora faz parte da Rede Sustentabilidade. Por fim, o vereador Flávio Tácito, hoje no PCdoB, que absorveu o antigo PPL, ainda não definiu se permanece no partido. “As coisas estão clareando ainda. Tenho conversado com as minhas bases. Não tem nada definido”, comentou o parlamentar em conversa com a imprensa recentemente.
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