Governador Flávio Dino e o ex-presidente Lula
Por César Santos/JORNAL DE FATO
O ex-presidente Lula sonda o governador do Maranhão, Flávio Dino, para ser o seu candidato a presidente da República nas eleições de 2022. A notícia está na edição desta terça-feira (28) do jornal O GLOBO.
Lula, porém, coloca uma condição: Dino tem que deixar o PC do B e voltar para os quadros do PT.
Os dois conversaram na semana passada, tendo como testemunha a deputada Gleisi Hoffman, presidente nacional do PT. Dino não escondeu o desejo de disputar a sucessão presidencial, porém, não se mostrou empolgado de trocar o PC do B pelo PT.
Pelo contrário. Dino é o pré-candidato do PC do B à presidência do Brasil desde o fim das eleições presidenciais de 2018.
A Executiva Nacional do partido tornou essa decisão pública. Inclusive, o projeto passa pelas eleições municipais deste ano. O PC do B terá candidaturas próprias nos maiores colégios eleitorais de cada Estado. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o partido não abre mão de disputar as prefeituras de Natal e Mossoró.
A estratégia não depende de chances de eleger prefeitos, mas, sim, de ter palanque eletrônico para vender aos brasileiros a forma de o PC do B governar, destacando a gestão de Flávio Dino no Maranhão. Por isso, nas cidades com mais de 200 mil habitantes e que tenham canais de televisão e emissoras de rádios para transmitir os programas eleitorais, o PC do B vai com candidatura própria.
Em recente entrevista ao quadro “Cafezinho com César Santos”, publicada no JORNAL DE FATO e no portal defato.com, o pré-candidato a prefeito de Mossoró pelo PC do B, geólogo e professor Gutemberg Dias, afirmou que o partido não abre mão de disputar as maiores Prefeituras no RN, destacando Natal e Mossoró. Ele até fez ressalva em relação a Mossoró, sugerindo que o PC do B pode participar de um projeto de unificação das oposições, saindo da cabeça de chapa para apoiar um nome de outro partido, porém, como dificilmente os grupos de oposição irão se unir, o PC do B seguirá com candidatura própria.
Pois bem.
Que Flávio Dino é um grande nome à sucessão presidencial de 2022, isso ninguém discorda. Aliás, hoje é o melhor nome que os partidos de esquerda podem oferecer. Faz uma gestão vitoriosa e com alto índice de aprovação popular, além de ser o cartão postal dos governos estaduais no Nordeste. O convite de Lula é sustentado por este cenário.
Agora, não é fácil Flávio Dino aceitar a travessia do PC do B para o PT, por dois pontos bem claros: 1 - O PC do B tem um projeto sólido para Dino e foi o partido que o sustentou e acreditou nele desde sempre; 2 - O PT tem a imagem da corrupção na política brasileira, carimbada pela Operação Lava Jato, e um candidato com a ficha 13 carrega nas costas o peso da desconfiança.
O fato é: seja pelo PC do B ou PT, Dino é o cara da esquerda para enfrentar as urnas em 2022.
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