Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 14h15 | 18 Fev 2020 | Redação Manobra tem "fuga" de vereadores para não julgar contas do ex-prefeito Silveira

Dos 21 vereadores, nove não estavam no plenário da Câmara Municipal de Mossoró, impedindo quórum para sessão de julgamento das contas do último ano da gestão do ex-prefeita Silveira Júnior. Vereadores ligados ao ex-prefeito participaram da manobra

Crédito da foto: Arquivo Vereador João Gentil comandou manobra para evitar julgamento de contas do ex-prefeito Silveira

BLOG DO CÉSAR SANTOS

Uma manobra coordenada pelo vereador João Gentil (Rede) impediu o julgamento das contas do ex-prefeito Silveira Júnior (sem partido) no plenário da Câmara Municipal de Mossoró, nesta terça-feira (18).

Ele trabalhou nos bastidores para não formar quórum. Obteve sucesso. Apenas 12 vereadores estavam no plenário, quando era preciso pelo menos 2/3 da Casa, ou seja, 14 vereadores.

A sessão foi aberta sem a presença de três vereadores: a presidente Izabel Montenegro (MDB), Zé Peixeiro (PTC) e Tony Cabelos (PSD). Com isso, João Gentil iniciou o trabalho para evitar que mais seis vereadores não fossem ao plenário, mesmo estando na Casa.

A estratégia deu certo e seis vereadores permaneceram em seus gabinetes: Rondinelli Carlos (PMN), Gilberto Diógenes (PT), Genilson Alves (PTN), Emílio Ferreira (PSD) e Didi de Arnoud (PRB), além de João.

João Gentil foi membro forte da gestão do ex-prefeito Silveira. Ele comandou a Secretaria do Meio Ambiente e emplacou um irmão no comando da Previ-Mossoró.

Os outros vereadores que se ausentaram também mantiveram relações administrativas e/ou políticas com Silveira.

Rondinelli foi secretário de Agricultura;

Gilberto Diógenes é filiado ao PT, partido que fez parte do governo Silveira emplacando as secretarias de Cultura, com a atual deputada Isolda Dantas na titularidade; de Segurança Pública, comandada por Socorro Batista; além da vice-prefeitura com Luiz Carlos Martins;

Genilson Alves foi o defensor mais ferrenho da gestão Silveira na Câmara Municipal;

Emílio Ferreira, eleito pelo PSD, partido que era presidido por Silveira, e que teve a estrutura de campanha oferecida pelo ex-prefeito;

Didi de Arnor, do PRB, foi eleito no palanque de Silveira em 2016.

Os vereadores que ficaram no plenário, prontos para a votação, foram: Aline Couto (Avante), Manoel Bezerra (PRTB), Flávio Tácito (PCdoB), Petras Vinícius (DEM), Alex Moacir (MDB), Alex do Frango (PMB), Ozaniel Mesquita (PL), Sandra Rosado (PSDB), Francisco Carlos (Progressista), Raério Araújo (sem partido) e Ricardo de Dodoca (Pros).

Não se sabe, agora, quando a presidente Izabel Montenegro colocará as contas do ex-prefeito na pauta de julgamento.

As contas do exercício de 2016 da gestão Silveira Júnior foram desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). A relatora na Câmara Municipal, vereadora Aline Couto, apresentou parecer pela desaprovação.

Segundo o relatório do TCE, Silveira sequer prestação de contas e nem respondeu aos questionamentos da Corte.

Para derrubar o parecer do TCE e o voto da relatora, o plenário da Câmara tem que ter 14 votos a favor de Silveira. Caso contrário, as contas serão desaprovadas e o ex-prefeito se tornará inelegível por cinco anos.

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