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Postado às 09h45 | 27 Fev 2020 | Redação Coluna César Santos: "O ano, que finalmente está começando, promete muitas emoções

Crédito da foto: Arquivo Governadora Fátima Bezerra tem o desafio de evitar greve dos professores

Por César Santos - Colunista do JORNAL DE FATO

Terminou a folia por essas bandas de Poti. Violento, que se diga. Infelizmente.

De volta à realidade, três pontos devem concentrar as atenções nos próximos dias, sendo dois no velho e sofrido Rio Grande do Norte, e o outro em nível de país.

Vamos a eles:

1 – A governadora Fátima Bezerra (PT) vai enfrentar o primeiro embate com os professores já nesta semana. O governo sugeriu implantar o novo piso nacional do Magistério, com reajuste de 12,84%, em três parcelas distribuídas no período de um ano, a primeira em maio de 2020 e a segunda e a terceira em janeiro e fevereiro de 2021.

Os professores não aceitaram e marcaram indicativo de greve para esta sexta-feira, 28, e paralisação por tempo indeterminado para o dia 4 de março.

Nesse embate, Fátima Bezerra vai exigir da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE-RN) que evite a greve, sob pena de pedir de volta dezenas de cargos que distribuiu para dirigentes sindicais, familiares, correligionários e amigos.

O problema é que a direção da entidade já não tem o mesmo controle sobre os professores. Para piorar, a proposta da governadora é considerada “perversa” pelos educadores, que exigem do Sinte-RN uma posição firme em defesa da categoria. Do contrário, a desfiliação em massa é inevitável.

É provável que a governadora melhore a proposta de implantação dos 12,84%, como forma de amenizar a resistência, pois, caso contrário, a greve é vista como inevitável.

2 – A reforma da Previdência jogará os holofotes para a Assembleia Legislativa. O presidente Ezequiel Ferreira de Souza, do PSDB aliado do PT, vai definir a comissão que analisará a admissibilidade da proposta encaminhada pelo governo. A oposição desconfia que ele atenderá à orientação da governadora de formar uma comissão com maioria a favor do texto original.

Dessa forma, o fojo vai ficar para o plenário da Casa, onde os servidores do andar de baixo, aqueles mais penalizados pela reforma, que são maioria, vai resistir à aprovação do jeito que o governo encaminhou. Eles não aceitam, o que chamam da “PEC da Morte”, a taxação de quem já é aposentado e alíquota que vai de 12% a 16%. Se não mudar, não passa, afirma o Fórum de Servidores, pronto para o confronto.

Em ano eleitoral, onde os deputados serão cobrados nas bases, é possível que eles alterem o texto original para atender o clamor popular.

3 – Em nível nacional, as atenções serão concentradas no movimento que está crescendo em todo o Brasil de protesto aos atos do Congresso, depois que o general Heleno afirmou que os congressistas fazem chantagem para engessar o governo Bolsonaro.

A manifestação está marcada para o dia 15 de março. O sarrafo vai subir ou baixar dependendo do envolvimento do presidente Bolsonaro. Deputados e senadores também se armam, com o mais açodados defendendo processo de impeachment, embora essa tese não se sustente.

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