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Postado às 09h30 | 13 Set 2020 | Redação PT disputará a Prefeitura de Mossoró, com Isolda, após 16 anos sem candidato

Crédito da foto: Wigna Ribeiro Candidatura de Isolda Dantas será homologada pelo PT com presença de Fátima Bezerra

Por César Santos - JORNAL DE FATO

O PT realiza a sua convenção municipal neste domingo, 13, para homologar a candidatura da deputada estadual Isolda Dantas à Prefeitura de Mossoró. Independentemente das possibilidades de vitória ou não, a candidatura própria cumprirá uma missão maior, que é devolver o PT ao protagonismo da política local.

O partido não disputa a segunda maior prefeitura do Rio Grande do Norte há 16 anos. A última vez que teve candidatura própria foi em 2004, com o poeta e jornalista Crispiano Neto, atual presidente da Fundação José Augusto, tendo a professora Ady Canário como vice. Nas urnas, uma votação minguada de 4.083 votos (3,47%), bem distante da candidata vitoriosa Fafá Rosado (na época no PFL), que obteve 57.743 votos (49,06%). No entanto, a candidatura própria cumpriu o seu dever partidário.

Os líderes locais não entenderam assim, tanto que abriram mão do próprio espaço para o PT ser coadjuvante de candidaturas diametralmente divorciadas de sua ideologia. Em 2008 e 2012 fez composição com uma das alas da tradicional família Rosado, indicando os companheiros Tércio Pereira e Josivan Barbosa para vice de Larissa Rosado. Derrota nas duas disputas.

No momento seguinte, outro passo em falso. O PT se aliou a Silveira Júnior, indicando o professor e ex-vereador Luiz Carlos Martins para ser o vice nas eleições suplementares em 2013. A chapa venceu o pleito, o PT ganhou secretarias, inclusive, emplacando Isolda Dantas como auxiliar de Silveira na Cultura, mas perdeu politicamente. A gestão foi um desastre. O PT rompeu com Silveira tarde demais, e viu seus espaços serem reduzidos.

Nas eleições de 2016, o PT se afastou de grupos tradicionais ao indicar a estudante Rayane Andrade para vice do candidato do PCdoB, Gutemberg Dias. A chapa ficou em terceiro lugar na disputa vencida pela atual prefeita Rosalba Ciarlini, mas o PT selou o divórcio com o comportamento infiel às suas origens.

Agora, com a candidatura de Isolda, o Partido dos Trabalhadores tentará fechar o fosso de 16 anos para retomar o seu espaço, independentemente do tamanho desse espaço e das condições para conquistar o Poder em Mossoró.

Vale lembrar que o PT, antes de interromper o ciclo em 2008, disputou a Prefeitura de Mossoró desde 1982. Naquele ano, com o sindicalista Mário Fernandes, que recebeu 428 votos (0,83%). O pleito foi vencido pelo prefeito Dix-huit Rosado (PDS), com 21.510 votos ((42,68%).

Em 1988, o professor Chagas Silva foi o candidato petista à Prefeitura, recebendo 2.507 votos (3,3%). Naquele ano, Rosalba (PDT) se elegeu prefeita pela primeira vez com 37.307 votos (49,7%).

Em 1992, o PT teve o candidato a prefeito de Mossoró com melhor desempenho de sua história: Luiz Carlos Martins recebeu 6.557 votos (8,43%). As eleições foram vencidas por Dix-huit Rosado (PDT) com 37.188 votos (47,79%).

No pleito de 1996, vencido outra vez por Rosalba Ciarlini (PFL), com 57.407 votos (52,64%), o PT disputou com a candidatura do economiário Jorge de Castro, que teve 4.878 votos (5,32%).

Depois, em 2000, foi a vez da professora Socorro Batista levar a bandeira do PT às ruas de Mossoró, recebendo 4.447 votos (4,25%). As eleições foram vencidas, mais uma vez, pela prefeita Rosalba Ciarlini (PFL), com 57.369 votos (54,86%).

São votações tímidas, é verdade, mas que garantiram o espaço político e ideológico do PT em Mossoró. A busca para ter o protagonismo é, sem dúvida, a maior missão da candidatura de Isolda Dantas. E ela chega ao pleito com um capital de votos que lhe garantiu mandato de vereadora (eleita em 2016) e de deputada estadual (eleita em 2018), construído por sua militância nos movimentos sociais, berço político do PT.

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