Quinta-Feira, 28 de março de 2024

Postado às 09h15 | 18 Out 2020 | Redação Coluna César Santos: Mossoró sofreu com aventura eleitoral no passado recente

Crédito da foto: Arquivo De punho fechado, Silveira se apresentou como salvador da pátria

Por César Santos/JORNAL DE FATO

Nas eleições suplementares de Mossoró, em 2013, o então presidente da Câmara Municipal e prefeito interino Silveira Júnior, na época filiado ao PSD, se apresentou ao eleitor como um jovem competente, aguerrido e determinado a mudar Mossoró. Disse em praça pública que era adversário da velha política, embora sendo filho do ex-deputado Francisco José e criado no ambiente dos grupos tradicionais. Fez o povo acreditar.

Deu certo. Silveira foi eleito prefeito de Mossoró com 68.915 votos, 88,32% dos votos válidos já que a votação da segunda colocada, ex-deputada Larissa Rosado, não foi contabilizada porque a Justiça Eleitoral havia indeferido o registro de sua candidatura.

O que não deu certo foi a gestão de Silveira, completo e nocivo desastre administrativo, considerado por todos como a pior da história de Mossoró. O desmantelo Silveira revelou o “estelionato eleitoral” patrocinado pelo próprio. Mossoró foi jogada às trevas, em todos os sentidos, inclusive éticos e morais.

Veja como Mossoró ficou ao final do desastre administrativo do jovem Silveira:

– Rombo nas contas públicas de mais de R$ 150 milhões;

– Três folhas de salários atrasados, além de atrasados do PMAQ, diárias operacionais, horas extras e outros direitos consagrados em lei, como o 14º salário dos professores;

– Dívidas com todos os fornecedores do município, inclusive, até as correspondências da Prefeitura não eram encaminhadas porque os Correios suspenderam os serviços;

– O município estava impedido de contrair financiamentos, empréstimos e convênios com órgãos federais, porque estava no CAUC (espécie de Serasa da gestão pública), ou seja, sem crédito para comprar um picolé fiado.

– A cidade estava completamente esburacada. Ruas inteiras intransitáveis. Praças e parques destruídos. A Praça da Criança, no Corredor Cultural, é a prova disso. Foi fechada na gestão Silveira, ficou na escuridão e serviu de local para dependentes químicos e vândalos.

– O Mossoró Cidade Junina, um dos maiores eventos do gênero no País, sofreu com o desmantelo. O MCJ tinha 28 subprojetos quando Silveira assumiu, e caiu para pouco mais de 10, perdendo expressões como o “Festival de Humor”, “Festival de Sanfoneiros”, “Festival de Violeiros”, Seminário do Cangaço e tantos outros. Pior foi a gestão Silveira desmontar a Arena Deodete Dias do Corredor Cultural e levar o Festival de Quadrilhas Juninas para um ginásio de esportes. O evento perdeu importância, os grupos juninos de outras partes do País desistiram de Mossoró.

- Pior ainda foi a falta de zelo com o dinheiro público. Silveira, no fim do mandato, em dezembro de 2016, retirou R$ 13 milhões dos cofres do Previ-Mossoró (previdência dos servidores municipais) e transferiu para uma instituição financeira desconhecida em São Paulo. Uma operação suspeitíssima, sem autorização do Conselho do Previ, e que até hoje não foi explicada, nem o município sabe onde está o dinheiro.

Pois bem.

Esse relato se faz necessário e deve ser repercutido a todo momento para que Mossoró não caia, outra vez, no “conto do vigário” ou em aventuras eleitorais. O discurso de punho fechado para destruir adversários ou o choro para se fazer de vítima como fez Silveira, seguido de postura de salvador da pátria e de promessas fáceis é, no mínimo, suspeito. A população mossoroense sofreu na pele com isso. A história ainda é muito recente.

Então, que o título de eleitor seja o antídoto para evitar essa espécie na vida pública.

Tags:

Eleições 2020
Prefeitura de Mossoró
Rio Grande do Norte
Mossoró

voltar