O vereador Genilson Alves (PROS), líder do Governo Allyson Bezerra (Solidariedade) na Câmara Municipal de Mossoró, enviou nota à imprensa em que nega que tenha havido interferência do Palácio da Resistência na escolha de membros das comissões temáticas do Poder Legislativo. A posição de Genilson é uma resposta a críticas do vereador Pablo Aires (PSB), que em vídeo publicado nas redes sociais afirmou que houve, sim, interferência do Poder Executivo na formação das comissões da Casa Legislativa.
“Os vereadores da Câmara Municipal de Mossoró se reuniram, quarta-feira (11), e formaram as comissões permanentes, com a presença dos 23 parlamentares. Foram mais de duas horas de discussão. Estranho acusar interferência externa, se o formato das escolhas foi construído com a colaboração de todos. Inclusive, com a suspensão da sessão, também com o apoio da bancada de oposição, para discutir a formação. Afirmo que não existiu interferência de forças externas. Como falar em imposição de nomes pelo Palácio da Resistência, se discutimos a composição por mais de duas horas, com todos os vereadores?”, diz a nota.
Genilson Alves afirmou ainda que foi respeitada a proporcionalidade das bancadas na distribuição das comissões permanentes. “A oposição assumiu a presidência de 3 das 9 comissões e indicou membros titulares para todas as 9 comissões e dessas, a maioria vice-presidentes. Ao vereador Pablo Aires, foram oferecidas a presidência da Comissão de Defesa dos Diretos Humanos, da Mulher, da Criança, do Adolescente, do Idoso e da Pessoa com Deficiência e a vice-presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente”, pontuou, acrescentando:
“Não aceitou nenhuma, porque exigia presidir a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, procurada por diversos outros vereadores. Resultado: decidiu ficar de fora de todas as comissões. Vejo como uma injustiça acusar o Executivo de interferência. Dessa forma, tornou-se o único vereador de oposição a não fazer parte de nenhuma das comissões”, conclui a nota.
Na última quarta (11), o vereador independente Pablo Aires (PSB) relatou, em depoimento publicado nas redes sociais, que houve interferência externa na escolha dos membros das comissões temáticas da atual Legislatura da Câmara Municipal de Mossoró. Sem mencionar diretamente o Poder Executivo, o parlamentar afirmou que seguirá na luta por uma Câmara independente, “onde seus membros possam sempre votar de acordo com suas convicções”.
Pablo destacou que, em diálogo construído com colegas parlamentares, ficou definido que o seu nome seria o indicado para a presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na hora da votação, no entanto, alguns vereadores mudaram de posição e o escolhido acabou sendo Paulo Igo, vereador do Solidariedade.
“Acabou que alguns colegas que tinham se comprometido acabaram retirando os seus votos em relação a gente. Dessa forma a gente acabou retirando o nosso nome da disputa, não por medo de perder, tivemos alguns colegas que mantiveram os votos, mas para não referendar um processo que a gente sempre criticou, que é a falta de independência do Poder Legislativo. Essas interferências sempre ocorrem, o que é motivo de muita tristeza. Seguiremos na luta pela saúde mental, pela atenção básica, pela causa animal, pelas pautas do meio ambiente. Vamos continuar trabalhando por isso”.
A expressiva bancada de situação do prefeito Allyson Bezerra na Câmara é formada por 18 vereadores: Genilson Alves (PROS), Isaac da Casca (DC), Carmem Júlia (MDB), Zé Peixeiro (PP), Cabo Tony Fernandes (Solidariedade), Ricardo de Dodoca (PP), Naldo Feitosa (PSC), Wignis do Gás (Podemos), Lawrence (Solidariedade), Marckuty da Maísa (Solidariedade), Didi de Arnor (Republicanos), Lamarque (PSC), Raério Araújo (PSD), Costinha (MDB), Gideon Ismaias (Cidadania), Omar Nogueira (Patriota), Paulo Igo (Solidariedade) e Edson Carlos (Cidadania).
A desproporcional força dessa bancada, que representa mais de 80% do plenário da Câmara, interfere diretamente na autonomia da Casa Legislativa. Em entrevista recente ao JORNAL DE FATO, o presidente da Câmara, Lawrence Amorim, prometeu que não haveria subserviência em relação ao Executivo, o que não se confirma, até o momento, na prática.
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