Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), deputado Ezequiel Ferreira, anunciou que não pretende deixar o PSDB e migrar para outro partido, como se especulou ao longo dos últimos dias. O parlamentar também afirmou que apoiará o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, caso este venha a ser candidato ao Senado Federal em 2022.
Sobre o PSDB, Ezequiel pontuou: “No momento, estou satisfeito no PSDB, legenda que presido e que saiu fortalecida das últimas eleições, elegendo um número expressivo de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Elegemos 31 prefeitos, inclusive o da capital, Natal, sendo o partido que administra o maior número de eleitores potiguares, proporcionalmente, pelos próximos quatro anos”, acrescentando:
“Aqui, no RN, seguimos nessa mesma linha, com foco voltado a contribuir com o crescimento do Estado e dos nossos municípios. Além disso, somos a maior bancada da Assembleia Legislativa, onde contamos com a representação de importantes líderes políticos do nosso Estado, como José Dias, Tomba Farias, Raimundo Fernandes e Gustavo Carvalho”.
Quanto ao apoio à eventual candidatura de Rogério Marinho ao Senado, Ezequiel Ferreira destacou: “Rogério tem se mostrado grande como ministro e, sendo ele candidato a Senador, tem o meu apoio, por tudo que tem feito pelo Rio Grande do Norte. Ele tem ainda a capacidade de unir grande parte da classe política, o empresariado e pode fazer uma grande pactuação para o desenvolvimento e progresso do Estado. À frente do Ministério, Rogério tem serviço prestado e tem tudo para fazer a entrega da Transposição do São Francisco, um marco para o Nordeste do Brasil”, disse.
Questionado se o seu partido, o PSDB, manterá o apoio ao governo Fátima Bezerra até o pleito de 2022, o presidente da Assembleia respondeu que a legenda apoia o Estado do Rio Grande do Norte. “O partido, de forma democrática, já na eleição de 2018, teve seus membros com posicionamentos diferentes. Alguns apoiaram a governadora Fátima e outros, o então candidato Carlos Eduardo. Continuamos respeitando a democracia, o partido tem deputados como Raimundo Fernandes, da base do governo e deputados da oposição ao Governo como Tomba Farias, Gustavo Carvalho e José Dias”, relatou.
Ezequiel ainda acrescentou que a hora é de falar em trabalho. “Estamos em maio de 2021 e entendo ser importante falarmos em trabalho, o que está sendo feito e o que se desenha para os próximos meses. Democraticamente, a governadora Fátima tem seu trabalho no Governo que deverá ser avaliado, assim como o nosso, nas urnas em 2022. O Estado vive um momento difícil, há muitos desafios em áreas como saúde, educação, segurança pública, como já citei e tenho me empenhado na busca de soluções, e nos campos da segurança hídrica e infraestrutura. Temas que merecem toda a nossa atenção e empenho”.
O PSDB vai ficar apoiando o governo Fátima Bezerra até as eleições de 2022 ou deixa o governo ainda este ano?
O PSDB é um partido que apoia o Estado do Rio Grande do Norte. O partido, de forma democrática, já na eleição de 2018, teve seus membros com posicionamentos diferentes. Alguns apoiaram a governadora Fátima e outros, o então candidato Carlos Eduardo. Continuamos respeitando a democracia, o partido tem deputados como Raimundo Fernandes, da base do governo e deputados da oposição ao Governo como Tomba Farias, Gustavo Carvalho e José Dias. Estamos em maio de 2021 e entendo ser importante falarmos em trabalho, o que está sendo feito e o que se desenha para os próximos meses. Democraticamente, a governadora Fátima tem seu trabalho no Governo que deverá ser avaliado, assim como o nosso, nas urnas em 2022. O Estado vive um momento difícil, há muitos desafios em áreas como saúde, educação, segurança pública, como já citei e tenho me empenhado na busca de soluções, e nos campos da segurança hídrica e infraestrutura. Temas que merecem toda a nossa atenção e empenho.
Como tem sido lidar com uma bancada dividida entre três deputados tucanos que criticam duramente o governo e dois que apoiam o governo?
A democracia se fortalece assim. Nacionalmente, a pluralidade na política é algo comum e salutar. O PSDB possui parlamentares e prefeitos que apoiam o governo e outros que fazem oposição. E nós respeitamos a divergência de opinião. Em um partido político é natural e saudável que aconteçam debates e pensamentos diferentes. No momento adequado todos nós discutiremos qual caminho seguir.
O senhor já definiu seu projeto político para 2022? Pretende tentar a reeleição ou avalia uma outra candidatura?
O parlamento é algo que me encanta e motiva ao trabalho todos os dias. A experiência que adquiri, ver os projetos saindo do papel e beneficiando as pessoas na prática me fortalecem como político e como ser humano. Mas o futuro é uma construção que faremos ouvindo, com respeito, a população, que é quem elege seus representantes.
Como o senhor avalia a movimentação do deputado Tomba Farias para sair candidato a governador do Estado?
Acho legítima a iniciativa do deputado estadual Tomba Farias. É uma liderança incontestável do nosso Estado, com uma longa lista de serviços prestados em Santa Cruz e região Trairi, que hoje é um destino no turismo religioso e referência em nosso Estado.
Ele, como qualquer outro político, tem o direito de tentar viabilizar o seu nome para novos projetos e cargos?
Assim como Tomba, também considero nomes como o do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para o Senado da República. Rogério tem se mostrado grande como ministro e, sendo ele candidato a Senador, tem o meu apoio, por tudo que tem feito pelo Rio Grande do Norte. Ele tem ainda a capacidade de unir grande parte da classe política, o empresariado e pode fazer uma grande pactuação para o desenvolvimento e progresso do Estado. À frente do Ministério, Rogério tem serviço prestado e tem tudo para fazer a entrega da Transposição do São Francisco, um marco para o Nordeste do Brasil. Aqui no Rio Grande do Norte pretende finalizar a Barragem de Oiticica, um sonho de mais de 50 anos, a interligação de adutoras na região Seridó dotando a região de segurança hídrica para mais 50 anos e as obras do Ramal Apodi/Salgado, que trará as águas do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco dos municípios do Ceará, Paraíba e para a região Oeste do Rio Grande do Norte. Rogério tem buscado a continuidade da importante obra da engorda da orla de Ponta Negra, fundamental para o turismo, assim como reestruturar nossa malha de linha férrea. Ele tem sido vigilante em tantas outras ações do Governo Federal para o Rio Grande do Norte, como a conclusão da Reta Tabajara, por exemplo. São serviços prestados e obras estruturantes de quem pensa nas necessidades e independência do povo.
Que avaliação faz do Governo Fátima Bezerra e também sua atuação durante a pandemia?
A pandemia foi algo inesperado. O mundo inteiro precisou se reinventar e o poder público não foi diferente. No RN, todos os poderes tiveram que redirecionar ações neste sentido. Está sendo um grande desafio para todos. A governadora tem, dentro das suas limitações, buscado soluções para os diversos problemas do nosso Estado, que já eram muitos antes mesmo da pandemia. Com a chegada da COVID-19 no RN, as ações precisaram ser redirecionadas. Penso que deveria ter se considerado a realidade de cada região e cada município em um grande acordo entre municípios e governo do Estado. As pessoas em suas cidades sabem da gravidade e querem colaborar com o fim da pandemia, mas precisam de unidade e identificação com as medidas.
E do governo Jair Bolsonaro, também sob o mesmo critério?
O presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado críticas por sua atuação na pandemia. Tem cometido alguns excessos e em outras vezes, faltam ações. Mas se tem algo inegável, que precisamos admitir é que somos um dos países que mais tem vacinado. Em breve, com a população protegida, poderemos reabrir a economia e tentar colocar de novo o país no rumo do desenvolvimento. Ao longo da pandemia, o governo federal tem feito o aporte financeiro para que o Estados e municípios enfrentem esse período de calamidade tão difícil para todos.
Qual sua opinião sobre a movimentação do PSDB nacional de começar a se distanciar do bolsonarismo, isso pode acabar refletindo na base de apoio ao governo federal?
Como conversamos anteriormente, é natural a divergência de opiniões em qualquer legenda.
Recentemente, o senador Tasso Jereissati colocou-se como opção para uma possível candidatura à presidência. Como avalia o nome dele e o posicionamento de seu partido?
É um nome que dispensa qualquer comentário. A história política de Tasso Jereissati fala por ele. É uma liderança do Nordeste, respeitado em todo o país, e tem o direito também de tentar viabilizar seu projeto político. Do mesmo modo, a gestão de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e a luta do governador paulista João Doria pela vacina do povo brasileiro.
O que pensa acerca da polarização que devemos ver ano que vem, numa provável disputa entre Bolsonaro e Lula? Acha que há espaço para um candidato de 3ª via?
Isto só o tempo dirá. Temos pouco mais de um ano e meio até as eleições de 2022. Muitos estão tentando a viabilização e serem notados pelo eleitor. E, alguns já sucumbiram. Fortemente temos dois polos em embate que são as duas torcidas. De um lado Bolsonaro e na outra ponta a de Lula.
O senhor pensa o quê para o futuro?
Penso que passou da hora de se estabelecer um grande plano para o Rio Grande do Norte. Um plano econômico e social que faça com que todos os setores da sociedade se envolvam em um projeto de construção do nosso presente e do futuro. E que envolva a estruturação da rede de saúde, educação e assistência social, e, principalmente, a geração de empregos. São clamores que inquietam. Pode-se dizer que seja uma exaltação para uma retomada no nosso Estado. Mas, ao mesmo tempo a exigência de superação de tudo que está sendo proposto.
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