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Postado às 10h45 | 27 Jul 2021 | Redação Senador Jean “cola” em Fátima Bezerra buscando viabilizar reeleição

Crédito da foto: Arquivo Senador Jean Paul Prates com a governadora Fátima Bezerra

Por Maricelio Almeida / Repórter do JORNAL DE FATO

O senador Jean Paul Prates, do Partido dos Trabalhadores (PT), tem intensificado sua agenda pelos municípios do Rio Grande do Norte, como estratégia para viabilizar o seu projeto de reeleição. O parlamentar esteve, no último fim de semana, em diversos municípios do Alto Oeste potiguar, acompanhando entregas realizadas pela governadora Fátima Bezerra (PT). Para a maioria dos eleitores, Jean ainda é um nome desconhecido, por isso a tentativa de “colar” sua imagem a da governadora. A próxima agenda do senador, ao lado de Fátima, inclui municípios da região do Seridó.

Alçado ao Senado Federal após Fátima Bezerra ter renunciado ao cargo no parlamento para assumir o comando do Poder Executivo estadual, Jean Paul nunca foi diretamente testado nas urnas e tem, nas pesquisas de intenções de voto divulgadas até aqui, aparecido em uma posição não muito favorável. Apesar das dificuldades, o senador tem dito que não lhe interessa disputar outro cargo em 2022, apenas a reeleição.

“Estou à disposição do partido para ser candidato a esta cadeira. Acho que fiz um bom trabalho, a gente tem se empenhado muito nas discussões nacionais, projetado o nome do Rio Grande do Norte, os nossos setores de desenvolvimento sustentável, a pauta da educação, através de todas as realizações, do complemento dos legados dos mandatos de Fátima (Bezerra)”, disse recentemente Jean em entrevista ao Foro de Moscow, dos jornalistas Bruno Barreto e William Robson.

Segundo Jean, continuar no Senado Federal lhe ajudaria a exercer um mandato com mais tranquilidade. “A gente está na pista para o Senado mesmo, eu não vejo outra posição que eu me coloque hoje, tanto no partido quanto na base, e aí vamos ver as negociações, as conversas, as composições políticas, o que elas podem trazer para nós. Estou muito tranquilo, porque eu não dependo de política em termos financeiros, eu tenho minhas atividades, vou exercer minhas atividades tranquilamente, mas gostaria muito de ter oito anos para trabalhar com muito mais tranquilidade”, pontuou.

A candidatura de Jean à reeleição não é uma certeza dentro do PT. O partido entende que vai precisar da vaga na chapa majoritária para que as conversas entorno do projeto de reeleição da governadora Fátima Bezerra avancem e aglutinem outras legendas. O próprio vice-governador do estado, Antenor Roberto (PCdoB) afirmou recentemente, em entrevista ao Portal AGORA RN, que a definição do companheiro de chapa da governadora nas eleições gerais de 2022 será resultado de uma construção política e que essa discussão ainda não aconteceu com ele.

Antenor destacou que as conjecturas levantadas até o momento são precipitadas. A resposta veio após questionamento se ele abriria mão do cargo para outros partidos, inclusive o MDB. “A questão não é abrir ou não abrir mão. A questão é que houve uma precipitação de anúncios, como se existisse candidatura a vice. Não existe candidatura a vice, essa questão do vice é um resultado final de uma construção política, então o que ficou esquisito para muita gente é as pessoas se apresentarem como candidatos”, respondeu.

Ainda na entrevista, Antenor Roberto avaliou que a sua permanência como vice de Fátima no pleito de 2022 vai depender de como a governadora conduzirá o processo de sua sucessão. “Se eu vou continuar ou não sendo vice de Fátima, vai depender de como ela vai concluir a coordenação da negociação da sucessão dela. Essa discussão ainda não aconteceu comigo”, acrescentou.

O vice-governador também comentou a concentração de nomes já apresentados como possíveis candidatos ao Senado da República. “Aqui no estado está acontecendo uma grande possibilidade de candidaturas para o Senado, muitas vezes em detrimento da candidatura ao governo, em razão da construção do governo Fátima, com diálogo, transparência de inclusão e ausência de uma plataforma da oposição, que é o legado do governo Robinson Faria, que é um legado difícil de ser defendido”, pontuou Antenor na conversa com o AGORA RN.

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