Coluna César Santos / JORNAL DE FATO
A governadora Fátima Bezerra (PT) transformou a dívida salarial deixada pela gestão Robinson Faria (PSD) em trunfo político-eleitoral para 2022. Nenhum candidato terá melhor discurso do que a governadora. Ela dirá em palanque que pegou o estado quebrado, com quatro folhas salariais em aberto, e que ao longo de sua gestão equilibrou as contas públicas, pagou em dia os salários de sua gestão e quitou a dívida herdada do antecessor.
Aliás, a governadora antecipou o discurso quando anunciou, na quinta-feira, 9, o calendário de pagamento das últimas folhas de 2018:
“É um dia histórico para nossa gestão. Conseguimos dizer, na data de hoje, que o compromisso assumido pela governadora e sua equipe está sendo fielmente cumprido. Quem foi o gestor que assumiu em 2019 e encontrou o estado destruído, colapsado, sem calendário de pagamento e, ainda por cima, com quatro folhas em atraso? Mas isso não nos fez desanimar. Pelo contrário. Fomos à luta com sensibilidade, competência, planejamento e foco. Hoje estamos aqui para celebrar este momento. E é bom dizer: esse calendário será cumprido integralmente com recursos próprios.”
O secretário do Planejamento, Aldemir Freire, reforçou o discurso:
“Uma das coisas que vou levar para a minha história: ter participado do governo da professora Fátima Bezerra e ajudado a resgatar o RN da tragédia financeira que vivia. Aqui o calendário das últimas parcelas dos salários atrasados da gestão passada. Terminaremos nosso governo pagando TODAS as nossas folhas e mais R$ 1 BILHÃO de salários atrasados deixados pelo governo anterior.”
Sem dúvida, um marco político importante para uma gestão que pegou um estado destroçado financeiramente e com desafio de regularizar o pagamento do funcionalismo. Portanto, o discurso da governadora é legítimo, e deve ser explorado, sim.
Agora, há um ponto que precisa ser destacado: Fátima Bezerra teve a seu favor a compreensão dos servidores públicos, devidamente respaldada pelos sindicatos. As entidades, embora cumprindo o papel de cobrar e defender as categorias, foram companheiras até aqui da gestão estadual. Fosse qualquer outro governo, certamente, os sindicatos não teriam tido a mesma compreensão.
Mas, isso não importa na hora da prestação de contas com o público eleitor. O que vai prevalecer é que o governo Fátima Bezerra quitou mais de R$ 1 bilhão em salários atrasados deixados por Robinson e ainda manteve os salários em dia no mês trabalhado.
Portanto, a governadora está com o discurso afinado e que certamente terá um grau de importância elevado na hora de pedir ao eleitor potiguar mais quatro anos de governo.
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