Sábado, 01 de fevereiro de 2025

Postado às 09h00 | 15 Set 2021 | REDAÇÃO Fusão de PSL e DEM tem resistência e racha a base dos dois partidos

Crédito da foto: JORNAL DE FATO/Arquvo Deputado federal General Girão vai deixar o PSL

Por César Santos – JORNAL DE FATO

Um novo partido nascerá da fusão de PSL e DEM, com data marcada para o anúncio: 21 de setembro. Já está definido que o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, será o presidente do novo partido; e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que preside o DEM, será o secretário-geral da legenda. Os líderes das duas siglas vão discutir os últimos detalhes como o nome e número da agremiação.

Se não houver defecção, o novo partido terá 81 deputados federais, que é a soma dos 53 parlamentares do PSL e 28 do DEM. Existe a expectativa, também, de somar nove senadores da República.

Só que há resistência no PSL e no DEM. Em Brasília, os bastidores dão conta que deputados federais das duas siglas resistem à fusão. Ainda não é possível dimensionar a repercussão, no entanto, as previsões não são otimistas.

O deputado General Girão, do PSL do Rio Grande do Norte, é um dos que não seguirão para o novo partido. Ele afirma, inclusive, que dos 53 parlamentares do PSL, talvez fiquem apenas 10 ou menos. “Eu estou fora”, adiantou, para sentenciar: “A ideia de criar o maior com a fusão de PSL e DEM, vai ser uma grande decepção.”

“Eu concordaria se essa fusão tivesse um viés conservador e que todos fizessem parte da governabilidade de República, apoiasse o presidente Jair Bolsonaro. Mas o PSL está querendo caminhar com o DEM para ser oposição. Então, eu não estou participando de nada disso”, afirmou o parlamentar em entrevista a uma emissora de rádio de Natal. 

Afirmando que deixará o PSL e acompanhará Bolsonaro na filiação em novo partido, Girão ressaltou que a ele não interessa o fundo partidário ou recursos de partido para fazer política, destacando que nas eleições de 2018 a sua campanha usou apenas R$ 4,7 mil do fundo eleitoral e teve um gasto geral, segundo ele, de R$ 28,5 mil. Dessa forma, afirmou, se sente muito a vontade para não acompanhar a fusão do seu partido com o DEM.

No Democratas, a perspectiva de apoio à fusão também não é das melhores. Debates no grupo social de integrantes do partido apontam que 50% dos deputados federais do DEM não aceitam a fusão com o PSL. Na melhor das hipóteses, 14 parlamentares acatarão a decisão da Executiva Nacional.

As questões políticas locais em estados importantes, como São Paulo e Rio de Janeiro, impõem resistências difíceis de uma solução positiva. Mesmo assim, os líderes dos dois partidos decidiram que não vão recuar e que a fusão está definida para ser anunciada no dia 21 deste mês.

 

Há resistência no DEM do Rio Grande do Norte

O presidente do DEM do Rio Grande do Norte, ex-senador José Agripino Maia, é a favor da fusão com o PSL, inclusive, participa das discussões em Brasília. Mas, não é uma certeza de que os democratas potiguares seguirão a sua orientação. Há condições para que a orientação de Maia seja acatada por membros do DEM.

O deputado Getúlio Rêgo, decano da Assembleia Legislativa, diz que não será obstáculo para a fusão, mas que precisa de garantias para o seu projeto político-eleitoral de 2022, quando ele tentará o 11º mandato. “Tenho muita identidade com Agripino, caminhamos juntos desde 1983, mas temos que ter cautela na hora da decisão”, ponderou em entrevista ao JORNAL DE FATO.

Deputado Getúlio Rêgo: “É preciso ter cautela na hora de decidir”

Getúlio Rêgo é programático quando diz que precisa de uma chapa forte para ser candidato e se a fusão do DEM com o PSL não garantir essa chapa, ele buscará novas alternativas. “Se não tiver uma nominata forte, bem estruturada, é uma aventura participar das eleições dessa forma”, disse, para afirmar que já conversou com Agripino sobre o assunto. “Mudar de partido foi colocado desde o primeiro momento da nossa conversa e Agripino entendeu a minha situação”, revelou.

O parlamentar disse que vai aguardar as definições para ter uma posição mais clara. “Vou analisar os quadros que serão formados, observar com muita cautela, e só depois decidirei. Repito, minha intenção é continuar onde eu estou desde a minha primeira eleição (em 1983), mas isso só será possível se o partido garantir as condições de nossa reeleição”, afirmou.

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