Sábado, 01 de fevereiro de 2025

Postado às 10h30 | 05 Out 2021 | redação Ministro Fábio Faria afirma que MPF não se manifestou sobre abertura de inquérito

Crédito da foto: Arquivo Ministro Fábio Faria com o apoio Robinbson Faria em recente visita a Mossoró

O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não pediu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhe para a Justiça Eleitoral no Rio Grande do Norte o inquérito que investigou as suas relações com a empreiteira Odebrecht na eleição de 2010 (VEJA AQUI).

Por meio de sua assessoria, o ministro enviou nota ao JORNAL DE FATO e defato.com, com o seguinte esclarecimento:

“Em momento algum a manifestação do Ministério Público Federal é no sentido de pedir a reabertura do inquérito. O MPF apenas está questionando a competência da Suprema Corte (STF) no presente caso. O documento juntado nos autos neste momento já constava do pedido de instauração do Inquérito e foi objeto da investigação, que concluiu que o caso deveria ser arquivado. Portanto, o MPF não se manifestou sobre a reabertura do caso, até porque, não é possível reabrir a investigação, ante a inexistência de qualquer fato novo, conforme petição já protocolada com todos os esclarecimentos.”

A matéria do defato.com, com base nas informações do jornal do Globo, mostra que em manifestação enviada à ministra Rosa Weber, relatora do caso no Supremo, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirma que "novos elementos de prova" justificam a retomada da investigação, mas que cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre a reabertura do inquérito, arquivado a pedido da própria PGR em 2019.

Madeiros cita um laudo feito pela Polícia Federal que apenas chegou ao processo em 10 de agosto deste ano, mas cuja elaboração foi solicitada em julho de 2018 -- antes mesmo que o inquérito fosse arquivado. O laudo diz respeito a um exame nos sistemas de contabilidade paralela do Grupo Odebrecht, e faz referência a pagamentos supostamente feitos aos investigados, identificados com codinomes.

De acordo com o relatório, Fábio Faria recebeu os codinomes de "Garanhão" e "Bonitinho". O pai de Faria, o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD), recebeu a alcunha de "Bonitão".

O vice-procurador defende que o caso seja encaminhado para a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte. Em 2019, o plenário do STF decidiu que a competência para julgar casos de corrupção e lavagem de dinheiro conexos a crimes eleitorais é da Justiça Eleitoral.

"O juízo de reabertura de investigações é próprio do juízo natural para a ação penal. Quando foi feito o arquivamento, o Supremo Tribunal Federal não havia firmado a competência da Justiça Eleitoral para casos que tais. Assim, o Supremo Tribunal Federal foi o juízo do arquivamento, mas não seria hoje o juízo para o caso", diz um trecho da manifestação da PGR, com data de 30 de setembro de 2021.

Tags:

Fábio Faria
Ministério das Comunicações
STF
PGR

voltar