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Postado às 17h15 | 03 Nov 2021 | redação CPI aprova pedido de saída do Rio Grande o Norte de Consórcio Nordeste

Crédito da foto: ALRN CPI da Covid na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, na tarde desta quarta-feira (3), requerimento que pede à governadora Fátima Bezerra a saída do estado do Consórcio Nordeste. O requerimento foi aprovado por dois votos favoráveis, um contrário e uma abstenção. Além disso, os parlamentares também confirmaram a data para o final dos trabalhos da CPI, que será 16 de dezembro. Na reunião, três investigados tinham depoimentos marcados para esta quarta, mas somente uma falou aos deputados, enquanto outros dois permaneceram em silêncio.

No início da reunião, o deputado presidente da CPI, Kelps Lima (Solidariedade), confirmou as datas pevistas para os últimos atos da comissão. Pelo cronograma, o relatório do deputado Francisco do PT será lido na sessão do dia 2 de dezembro, com os dias 8 e 15 destinados à discussão do conteúdo e possível apresentação de modificações e alterações. No dia 16, está prevista votação. 

Além dessa informação, o presidente da CPI colocou em votação o requerimento solicitando que a CPI encaminhe solicitação formal à governadora Fátima Bezerra para a saída do estado do Consórcio Nordeste. O pedido, de acordo com Kelps Lima, teve por base o próprio contrato previsto para o ingresso e os indícios que foram encontrados de fraudes no grupo. Sem poder detalhar os argumentos devido a informações sigilosas a que a CPI teve acesso, o presidente disse que são informações que apontam fraudes e que a própria chefe do Executivo também teve acesso.

Na votação do requerimento, Kelps Lima e o deputado Gustavo Carvalho (PSDB) foram favoráveis à proposta. Para Kelps, a permanência do estado no Consórcio, mesmo após acusações de corrupção, mal uso de dinheiro pública e desvio de finalidade, seria um péssimo indicativo de prioridades da governadora. 

"Agora é aguardar se a Governadora Fátima Bezerra, que será notificada formalmente e com acesso aos documentos comprobatório de mal uso de dinheiro do nosso Estado, irá permanecer ou não com sua decisão de prestigiar o senhor Carlos Gabbas. Entre outros fatos suspeitos, Carlos Gabbas solicitou que quase R$ 5 milhões do dinheiro arrecadado pelos estados nordestinos fossem doados à Prefeitura de Araraquara, gerida pelo seu colega de partido Edinho do PT. O que parece é que os aliados partidários da governadora são mais importantes que o nosso Estado", disse Kelps Lima. 

Por outro lado, os deputados Francisco do PT e George Soares (PL) defenderam o Consórcio Nordeste enquanto instrumento capaz de colaborar com as ações dos estados. Para eles, é preciso que se aguarde o fim das investigações antes de atitudes como a saída. "O Ministério Público e a Justiça foram contra um pedido para suspensão dos repasses para o consórcio, entendendo a importância que ele tem e que não há razões concretas para suspensão. Por entender que as pessoas ainda são investigadas, e não condenada, e pela importância do Consórcio, voto contrário ao requerimento", disse Francisco do PT. "Não creio em conluio de governadores para fraudes, mas como o requerimento é para sugestão, indicação à governadora, eu me abstenho", disse George Soares.

Depoimentos

Nos depoimentos, os empresários Luiz Henrique Ramos e Cristiana Prestes Taddeo, donos da Hempcare, permaneceram em silêncio e não responderam nenhuma pergunta dos parlamentares. A empresa recebeu R$ 48 milhões do Consórcio Nordeste para a compra de respiradores e não encaminhou nenhum aos estados. O caso está sendo investigado pela Justiça e a CPI da Covid está com os dados referentes à investigação.

Ainda nesta quarta-feira, a CPI ouviu a ex-servidora da Sesap Gilsandra Lira Fernandes, na condição de investigada. Ela prestou esclarecimentos sobre os contratos da contratação de ambulâncias e de leitos de UTI, que são alvos da CPI. Ela é uma das investigadas na operação Lectus, que apura supostas fraudes na Sesap, mas ainda não falou sobre o tema, que não é objeto de investigação da CPI até o momento. Há, contudo, o trabalho dos parlamentares para incluir o conteúdo dessa investigação, que também trata sobre a contratação de leitos para atendimento à covid-19 no Rio Grande do Norte.

 

SILÊNCIO

Sócios da Hempcare, os empresários Cristina Tadeu e Luiz Antonio Ramos optaram por permanecer em silêncio na reunião desta quarta-feira (3) da CPI da covid na Assembleia Legislativa do RN. Ambos são investigados em compra frustada de respiradores por parte dos estados através do Consórcio Nordeste, que causou prejuízo de R$ 48 milhões à entidade, sendo R$ 4,8 milhões oriundos de aporte do Governo do RN.
 
De acordo com a dinâmica dos trabalhos, o primeiro a fazer perguntas foi o relator da comissão, deputado Francisco do PT. Cristina Tadeu foi a primeira a comparecer à comissão, mas optou por permanecer em silêncio. Como protocolo, o relator da CPI leu a íntegra das perguntas que faria à empresária, o que também foi feito pelo deputado Gustavo Carvalho (PSDB), que integra a CPI. Após a leitura das perguntas, o presidente da CPI, Kelps Lima (Solidariedade), dispensou a investigada.
 
Em seguida, Luiz Henrique Ramos também compareceu com a presença de seu advogado e afirmou que utilizaria seu direito ao silêncio. Em ambos os casos, a possibilidade foi conferida em liminar impetrada na Justiça potiguar. 
 
Nesta semana, a comissão se concentra nas investigações sobre a negociação entre Consórcio Nordeste e Hempcare dos respiradores. Nesta quinta-feira (4), o ex-chefe do Gabinete Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, irá depor na CPI, mas poderá permanecer em silêncio.
 
 

 

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