Sábado, 01 de fevereiro de 2025

Postado às 09h30 | 05 Nov 2021 | redação Racha na bancada e crise com vice-prefeito desafiam Alan Silveira

Crédito da foto: Cedida Presidente Júnior com veredores e o vice-prefeito Neiton Diógenes

Por César Santos / JORNAL DE FATO

O prefeito de Apodi, Alan Silveira (MDB), vive um inferno astral no primeiro ano de sua segunda administração. A bancada governista na Câmara Municipal está rachada e o vice-prefeito Neilton Diógenes (PL) cada vez mais distante do Palácio Francisco Pinto – sede da Prefeitura. O cenário de crise política desafia o chefe do Executivo.

A situação se agravou com as eleições para a presidência da Câmara, que foram antecipadas em outubro. O atual presidente, Júnior Souza (MDB), renovou o mandato, em detrimento do vereador Railton Diógenes (MDB), que tinha o compromisso do prefeito de ser o próximo presidente do Legislativo.

A manobra, que beneficiou Souza, contou com a participação de outros três vereadores governistas: Laete de Oliveira (MDB), Filipe da Saúde (PL) e Andreazzo Alves (PL) e o apoio dos quatro vereadores de oposição: Gilvan Alves (Republicanos), Alexandre Bevenuto (PT), Júnior Carlos (PSB) e Carlin de Dandão (PSB). Na prática, a metade da bancada governista se uniu à bancada oposicionista para derrotar o prefeito Alan, que queria eleger Railton Diógenes na presidência da Casa.

Os outros cinco vereadores situacionistas, que continuam com Alan, recorreram à Justiça para anular a reeleição do presidente Souza, sob a reclamação de que teria havido ilegalidade na mudança do regimento interno, por meio de emenda, para antecipar o pleito.

A disputa judicial tornou a situação mais grave. Nesta quinta-feira, 4, no plenário da Câmara, o vereador Laete Oliveira pediu aos colegas de bancada que deixem de seguir a orientação do líder do governo na Casa, Railton Diógenes.

 

Sucessão 2024

Outra fissura, bastante exposta, sugere o divórcio entre o vice-prefeito Neilton e o prefeito Alan. Dois dos quatro vereadores governistas, que se juntaram à oposição para derrotar o prefeito nas eleições antecipadas da Câmara, seguem a orientação do vice-prefeito (Felipe da Saúde e Andreazzo Alves, ambos do PL). Ficou claro que Neilton orientou essa posição.

O distanciamento entre Neilton e Alan tem leitura no futuro próximo. É que Neilton quer ser candidato a prefeito em 2024 e sabe que não terá o apoio de Alan, que, por sua vez, prepara um nome de dentro da família. Trata-se do atual chefe de gabinete, Luciano Moura, que é casado com uma prima de Alan.

A aproximação de Neilton com o grupo dissidente do governismo e a bancada de oposição foi exibida em foto nesta quinta-feira, em almoço com o presidente Júnior Souza e os vereadores.

Agora, a expectativa gira em torno da postura que os vereadores assumirão na Câmara. Há quem diga que, nesse primeiro momento, Alan não conta com o apoio dos nove vereadores que formavam a sua bancada e que ele terá dificuldades de aprovar matérias de interesse do Executivo.

Noutra linha de raciocínio, mais crítica, aponta que o Legislativo, a partir de agora, assumirá posição de independência em relação ao Executivo.

Veja como fica a posição de bancadas na Câmara de Apodi:

BANCADA DO PRESIDENTE E DO VICE-PREFEITO

- Júnior Souza (MDB)

- Laete Oliveira (MDB)

- Felipe da Saúde (PL)

- Carlin de Dandão (PL)

 

BANCADA QUE SEGUE ORIENTAÇÃO DO PREFEITO ALAN

- Railton Diógenes (MDB)

- Ednarte Silveira (MDB)

- Charton Rêgo (MDB)

- Adailton Targino (MDB)

- Ângelo de Dagmar (Solidariedade)

 

BANCADA DA OPOSIÇÃO

- Gilvan Alves (Republicanos)

- Alexandre Bevenuto (PT)

- Júnior Carlos (PSB)

- Carlin de Dandão (PSB)

Alan Silveira herdou dos pais o gosto pela política

O jovem prefeito Alan Silveira (MDB) herdou dos pais o gosto pela política. A sua mãe, Maria Gorete Silveira Pinto, foi vereadora, vice-prefeita e a primeira mulher eleita prefeita de Apodi, nas eleições de 2008. O seu pai, Klinger Péricles Pinto Diniz, foi vice-prefeito na gestão do ex-prefeito Evandro Marinho, entre 1997 a 2000.

Em 2016, Alan Silveira decidiu, com apoio dos pais, enfrentar as urnas, com sucesso. Ele se elegeu prefeito com 12.623 votos (52,58%), derrotando o então prefeito Flaviano Monteiro (PCdoB), que recebeu 10.652 (44,37%). Ainda foram votados os candidatos Paulo Viana (Psol): 428 votos (1,78%) e José Pinheiro (Solidariedade): 306 votos (1,27%).

A primeira gestão de Alan, que teve a jovem Hortência Morais (PSDB) como vice-prefeita, recebeu a aprovação popular, tanto que o eleitor decidiu renovar o seu mandato no pleito de 2020. Alan trocou Hortência por Neilton Diógenes (PL) na vaga de vice, e foi reeleito com 13.731 votos (59,81%). O segundo colocado, Agnaldo Fernandes (PT), ficou bem atrás com 9.015 votos (39,27%); e o terceiro candidato, Berinho Dias (PSL) obteve apenas 212 votos (0,92%).

A votação histórica em 2020, com quase 60% dos votos válidos, colocou Alan como uma eventual nova liderança política na região do Médio Oeste e, por gravidade, seu nome passou a ser cogitado como possível candidato a deputado estadual em 2022, o que é descartado por ele.

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