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Postado às 09h00 | 10 Nov 2021 | redação O que está por trás da queda de braço entre o prefeito Allyson e a Porcellanatti?

Prefeito assinou decreto que formaliza a reversão da doação de imóvel onde está instada a fábrica no Distrito Industrial, alegando que a empresa não cumpre o objetivo. Já a empresa afirma que está pronta para iniciar a produção da unidade de Mosssoró

Crédito da foto: Cedida Homens trabalham nas máquinas para reativação da produção da Porcellanatti Revestimentos

Por César Santos / JORNAL DE FATO

A presença da Porcellanatti Revestimentos no Distrito Industrial de Mossoró ganha um novo capítulo que precisa ser acompanhado pela sociedade e, de perto, pelo Ministério Público e Judiciário. O caso é uma mistura de interesses pessoais e políticos, sem observar a importância da atividade econômica para o bem da cidade e da população.

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) assinou decreto que formaliza a reversão da doação de imóvel em uma área de 20 hectares onde está instalada a unidade de produção de piso da Porcellanatti. Alega, no documento oficial, que a empresa catarinense descumpre a finalidade da doação, já que não produz desde 2014.

O que chama atenção é que a decisão do prefeito acontece no momento que a empresa se prepara para retomar a produção, o que foi amplamente divulgado na imprensa local e estadual, com fotos, imagens e textos. Daí questiona-se: se a Porcellanatti está pronta para voltar a produzir, gerar emprego e renda, por que Allyson quer tirar o terreno da unidade industrial?

A TB Nordeste Indústria e Comércio de Revestimentos S/A, atual denominação da Porcellanatti Revestimentos, emitiu nota para esclarecer o que está acontecendo e, segundo a empresa, restabelecer a verdade sobre a reabertura da fábrica instalada no Distrito Industrial.

A nota afirma que “na fábrica de Mossoró, a TB Nordeste gera – hoje – 150 empregos diretos e indiretos, e já investiu milhões de reais para a sua reativação.” Confirma que “a fábrica tem previsão total de geração de mais de 250 empregos diretos, sendo mais de 1000 empregos indiretos, com investimento total de reativação próxima de 10 milhões de reais.”

 A empresa catarinense ainda informa:

1) O fornecimento de energia elétrica e água já foi reestabelecido;

2) Prestadores de serviços diversos já estão contratados, dentre eles os de serviços de saúde aos trabalhadores, de fornecedor de alimentação, segurança privada e de transporte fretado;

3) Está já em curso o fornecimento de matéria-prima para o processo produtivo;

4) As equipes de trabalho estão contratadas e já iniciaram suas atividades na planta;

5) Os equipamentos da fábrica estão sendo ativados, sendo este um processo sensível e de alta complexidade;

6) A área comercial da TB Nordeste já está comercializando os produtos que serão produzidos pela fábrica, com projeção de vendas acima do que inicialmente estimado.

Pois bem.

Temos duas versões se confrontando, no embate público: a oficial, contida no decreto do prefeito Allyson Bezerra, e a da TB Nordeste, exposta na nota de esclarecimento emitida à sociedade mossoroense. Resta, então, tirar a prova dos nove. As autoridades públicas poderiam, e deveriam, fazer uma visita à unidade industrial para verificar – in loco – se a estrutura está pronta para voltar a produzir. Se sim, não há razão para a reversão do terreno; se não, o município deve reverter a área para atrair outras empresas.

Com a palavra, a gestão municipal, o Ministério Público, Judiciário, sindicato dos trabalhadores da indústria e, claro, a direção da TB Nordeste.

O que não pode é Mossoró sair perdendo.

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