Por César Santos / JORNAL DE FATO
Vamos combinar, as aulas presenciais na rede municipal de ensino de Mossoró só serão retomadas agora porque a imprensa livre e o Ministério Público Estadual (MPRN) cumpriram o papel de defender o bem comum. Não fosse isso, as crianças e jovens da escola pública só voltariam às atividades normais em 2022.
A imprensa livre cumpriu o seu papel. O JORNAL DE FATO levantou voz, os demais veículos fizeram o mesmo. Esta coluna, em seguidas edições, reclamou a falta de compromisso da gestão municipal com a Educação, mostrando como os alunos estavam sendo penalizados.
O MPRN cumpriu a sua missão, de forma plena e decisiva. A ação oferecida à Justiça, que teve resultado positivo, foi providencial para derrubar a frieza de uma gestão descompromissada com a Educação. E o registro deve ser feito: os alunos vão voltar às salas de aulas a partir da próxima segunda-feira, 22, contra a vontade do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade). Ele queria as escolas abertas apenas em 2022.
Perdeu, prefeito; ganhou, Educação.
Veja quanta maldade estava em voga: as crianças e adolescentes de Mossoró não frequentam a sala de aula desde março de 2020. São 20 meses sem atividades presenciais. Retardar o retorno não encontra justificativa mínima que seja. A pandemia da Covid-19 deixou de ser um impedimento às atividades coletivas. A própria gestão municipal tem feito uso disso, promovendo eventos com aglomerações. O prefeito também aglomera em suas visitas diárias aos bairros da cidade, acompanhado de grande quantidade de assessores e apoiadores.
Allyson não podia mais sustentar a decisão de só determinar o retorno das aulas presenciais no próximo ano. Não podia continuar insistindo de o município fechar o segundo ano letivo com atividades remotas, onde a maioria dos alunos não tem acesso à tecnologia. Isso representa um atraso absurdo, sem reparo, que condenaria toda uma geração que depende da escola pública para ter um futuro melhor.
Portanto, o prefeito se negou a reabrir as escolas do município, mas a Justiça foi feita ao acatar a ação patrocinada pelo Ministério Público. O retorno ainda não é total, começa por 47 unidades de ensino infantil, mas abre caminho para a rede de ensino voltar a funcionar.
Que bom, então, que a imprensa livre fez a sua parte, cumpriu o seu dever que vai além de informar. Defender o bem comum é, também, missão de veículos e jornalistas. Isso foi feito. Que bom que o MPRN agiu com responsabilidade, cumprindo o seu dever de zelar pelo interesse público.
É uma vitória das crianças e jovens de Mossoró, ainda não totalmente completa, mas é uma vitória, sim.
Educação, direito de todos e dever do Estado e da família.
Que o prefeito Allyson Bezerra tenha aprendido a lição.
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