Sexta-Feira, 31 de janeiro de 2025

Postado às 10h30 | 09 Dez 2021 | redação Opinião: Começa aflorar o sentimento de decepção da gestão Allyson Bezerra

Crédito da foto: Arquivo Prefeito Allyson tem gestão criticada pela população mossoroense

Por César Santos / JORNAL DE FATO

O protesto dos artistas nesta quarta-feira, 8, contra a derrubada de emendas ao orçamento 2022, que contemplavam a cultura, é apenas um recorte do desgaste que começa a subir as escadarias palacianas em Mossoró. Aflora o sentimento de decepção – e medo - entre os mossoroenses. A “nova” gestão municipal não deu uma resposta positiva até aqui, e à medida que o tempo passa, desaparecem os últimos retalhos da lua de mel, que na cultura político-administrativa dura 180 dias.

Os fazedores da cultura apelaram porque o prefeito mandou derrubar as emendas que contemplavam o setor. Além de a gestão não ter uma política de fomento à cultura definida, mandou vetar qualquer emenda que contemplasse o segmento, devidamente atendido pela Câmara Municipal por meio da Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC).

A cultura teve de volta os seus direitos e um orçamento de R$ 708 mil em 2022 porque os artistas protestaram, paralisaram sessão na Câmara e obrigaram o Legislativo a devolver as emendas que haviam sido derrubadas. Mas, o desgaste não foi consertado.

O Ministério Público Estadual (MPRN) também reagiu à “navalha” do prefeito que tirou R$ 155 mil do orçamento para a implementação do programa “Família Acolhedora”, prejudicando a assistência a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O orçamento de Allyson reduziu de R$ 200 mil, aprovados no PPA 2022-2025 para o “Família Acolhedora”, que já era pouco, para insignificantes R$ 45 mil.

Esses dois (maus exemplos) foram antecedidos pelo desleixo da gestão com a Festa de Santa Luzia 2021, que sequer teve as suas luzes acesas até agora. Evangélico, o prefeito transmite à comunidade católica e à população em geral que não está nem aí com a padroeira da cidade, certamente riscando de seu caderninho de anotações o conceito de estado laico.

Outras coisas absurdas se somaram ao quadro de desgastes, como o sumiço de doses de vacinas contra a Covid-19 (até agora não explicado); a invasão à sala de cirurgias ginecológicas para fazer propaganda da própria imagem; o corte do adicional de insalubridades dos trabalhadores em saúde que continuam na linha de frente de combate à pandemia da Covid-19; e a perseguição política a servidores públicos efetivos e comissionados, denunciado pelo sindicato da categoria e amplamente noticiado pela imprensa livre.

Allyson Bezerra recebeu a Prefeitura de Mossoró com mais de R$ 150 milhões em caixa, recursos carimbados pelo Finisa, contratado em 2020, e pelas emendas parlamentares do deputado Beto Rosado (Progressistas). Não há na história político-administrativa de Mossoró uma gestão que tenha recebido do governo antecessor um volume tão grande de recursos para investimentos em obras de infraestrutura, educação, saúde, cultura etc.

O prefeito deveria ser correto com a origem desses recursos, mas, onde tem obras do Finisa, ele manda colocar placas indicando (falsamente) que os recursos são do IPTU. Na terça-feira, 7, quando anunciou a licitação de R$ 2 milhões para a reforma do Teatro Municipal Dix-huit Rosado, Allyson disse que eram “recursos do povo”, na tentativa de esconder que são oriundos do Finisa, contratados pela gestão da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas).

Os moradores da Rua Dom Helder, a principal artéria do bairro Belo Horizonte, estão indignados porque a Prefeitura não inicia a pavimentação asfáltica. Eles sabem que o prefeito retarda a obra propositadamente, porque os recursos estão em caixa há quase um ano, isso para tentar esconder que o dinheiro é do Finisa.

Pois bem.

As pessoas percebem isso, elas não são tolas. Daí, o avançado desgaste que sofre a “nova” gestão municipal, que ecoa no grito dos artistas, na reação do Ministério Público e nas reclamações noticiadas diariamente pela imprensa livre, repercutidas nas redes sociais.

Tags:

Allyson Bezerra
prefeito
Mossoró
politica
administração

voltar