A Procuradoria Geral da República se manifestou pela inclusão de declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a relação com seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro no inquérito que apura suposta interferência do chefe do Executivo na Polícia Federal.
A manifestação da PGR é datada do dia 23 de dezembro e foi recebida no Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (27). No documento, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirma que a declaração de Bolsonaro, dada em entrevista ao jornal “Gazeta do Povo” é “conveniente” para a investigação sobre o caso.
Na entrevista, Bolsonaro sugeriu que alguns órgãos de investigação da administração pública realizam apurações ilegais.
“Eu sempre dizia na reunião de ministros: ‘Eu não quero ser blindado por nenhum de vocês, entendeu, Sergio Moro? Eu não posso admitir é ser chantageado, entendeu Sergio Moro?’ Assim era comum acontecer. E esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf, para que Receita, não só bisbilhotasse a minha vida, como a de milhares de brasileiros. Que isso nos atrapalha. Você pode investigar o filho do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente, com uma acusação formal. O próprio presidente, eu posso ser investigado, sem problema nenhum, mas não dessa forma como eles fazem”, afirmou o presidente na entrevista.
A PGR se manifestou em um pedido formulado pela defesa de Sergio Moro, que pediu a inclusão da entrevista e de um outro texto de um articulista de opinião no inquérito. A Procuradoria Geral da República pediu a inclusão apenas da entrevista no inquérito. Sobre o artigo de opinião, a PGR afirmou que ele não era pertinente para a investigação.
Fonte: CNN Brasil
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