Por César Santos / JORNAL DE FATO
O ex-deputado Henrique Alves se diz surpreso com o rompimento político e familiar anunciado pelo ex-senador e ex-governador Garibaldi Alves Filho. Menos, Henrique. A arenga político-familiar vinha se arrastando há anos, se agravou em 2018, e piorou ainda mais nos últimos meses. Todo mundo sabia da crise, até mesmo o menos informado dos potiguares.
A carta, bem escrita por Henrique, pode ter repercussão pública positiva ao seu favor, mas não altera um centímetro o distanciamento que Garibaldi e o filho Walter Alves querem dele. Não há volta, pelo menos agora não. As feridas estão abertas.
Henrique faz a sua parte muito bem feita, mas não conseguirá debelar as labaredas no ambiente político-familiar. Leia a carta na íntegra:
“Diz o ditado popular; quando um não quer, dois não brigam.
Por isso não esperem de mim uma resposta sequer agressiva em relação ao primo, amigo, companheiro de MDB de 51 anos.
Só gratidão e respeito a Garibaldi. Sabemos o que vivemos juntos!
Surpreso, sim.
Até porque nos falamos no meu aniversário em dezembro, Natal e Ano Novo quando nos desejamos fraternalmente boas festas e felicidades.
A vida e suas circunstâncias…
Realizei a vida política, partidária e pública na escola de meu pai.
Até no se levantar, no resistir às injustiças e vencê-las.
Assim, a bandeira verde, da esperança, sempre a tremular nas minhas mãos sob o julgamento do povo do Rio Grande do Norte, que me deu 11 mandatos de deputado federal.
Hoje não é diferente.
O carinho, o abraço e emoção no reencontro são alegrias que me fortalecem e estimulam na luta que sempre continua.
Sem ódio e sem medo. Como Aluízio, meu pai, nos ensinou desde 1970.Em tempo, a única campanha que não pude ajudar a Garibaldi foi a última de 2018, quando ainda sofria absurdas limitações de brutal injustiça. O RN também sabe disso.”
Pois bem.
Garibaldi está magoado, e engoliu calado, desde as eleições de 2018 quando Henrique tentou derrotar o deputado Walter Alves. Transferiu seus votos e bases eleitorais do “bacurau” para Benes Leocádio, que foi eleito, e por pouco não impede a reeleição de Walter.
Outro ponto, importante, é que no momento não cabe Henrique no projeto do MDB de Garibaldi/Walter. Pai e filho dialogam com o PT para firmar aliança com a governadora Fátima Bezerra. Henrique, que tem a simpatia de caciques nacionais do MDB, tenta cruzar o caminho para ele ser o mentor da aliança. É o jogo que está sendo jogado.
Quem se dará melhor?
Impossível, nesse momento, arriscar um palpite. No entanto, pode ser dito que Garibaldi e Walter estão com um passo a frente.
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