Sexta-Feira, 31 de janeiro de 2025

Postado às 11h15 | 05 Jan 2022 | redação Opinião: rompimento entre Garialdi/Walter e Henrique Alves não tem volta, agora

Crédito da foto: Reprodução Henrique e Walter Alves não se toleram

Por César Santos / JORNAL DE FATO

O ex-deputado Henrique Alves se diz surpreso com o rompimento político e familiar anunciado pelo ex-senador e ex-governador Garibaldi Alves Filho. Menos, Henrique. A arenga político-familiar vinha se arrastando há anos, se agravou em 2018, e piorou ainda mais nos últimos meses. Todo mundo sabia da crise, até mesmo o menos informado dos potiguares.

A carta, bem escrita por Henrique, pode ter repercussão pública positiva ao seu favor, mas não altera um centímetro o distanciamento que Garibaldi e o filho Walter Alves querem dele. Não há volta, pelo menos agora não. As feridas estão abertas.

Henrique faz a sua parte muito bem feita, mas não conseguirá debelar as labaredas no ambiente político-familiar. Leia a carta na íntegra:

“Diz o ditado popular; quando um não quer, dois não brigam.

Por isso não esperem de mim uma resposta sequer agressiva em relação ao primo, amigo, companheiro de MDB de 51 anos.

Só gratidão e respeito a Garibaldi. Sabemos o que vivemos juntos!

Surpreso, sim.

Até porque nos falamos no meu aniversário em dezembro, Natal e Ano Novo quando nos desejamos fraternalmente boas festas e felicidades.

A vida e suas circunstâncias…

Realizei a vida política, partidária e pública na escola de meu pai.

Até no se levantar, no resistir às injustiças e vencê-las.

Assim, a bandeira verde, da esperança, sempre a tremular nas minhas mãos sob o julgamento do povo do Rio Grande do Norte, que me deu 11 mandatos de deputado federal.

Hoje não é diferente.

O carinho, o abraço e emoção no reencontro são alegrias que me fortalecem e estimulam na luta que sempre continua.

Sem ódio e sem medo. Como Aluízio, meu pai, nos ensinou desde 1970.Em tempo, a única campanha que não pude ajudar a Garibaldi foi a última de 2018, quando ainda sofria absurdas limitações de brutal injustiça. O RN também sabe disso.”

Pois bem.

Garibaldi está magoado, e engoliu calado, desde as eleições de 2018 quando Henrique tentou derrotar o deputado Walter Alves. Transferiu seus votos e bases eleitorais do “bacurau” para Benes Leocádio, que foi eleito, e por pouco não impede a reeleição de Walter.

Outro ponto, importante, é que no momento não cabe Henrique no projeto do MDB de Garibaldi/Walter. Pai e filho dialogam com o PT para firmar aliança com a governadora Fátima Bezerra. Henrique, que tem a simpatia de caciques nacionais do MDB, tenta cruzar o caminho para ele ser o mentor da aliança. É o jogo que está sendo jogado.

Quem se dará melhor?

Impossível, nesse momento, arriscar um palpite. No entanto, pode ser dito que Garibaldi e Walter estão com um passo a frente.

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