Por César Santos – Da Redação
O senador de primeiro mandato Styvenson Valentim (Podemos/RN) ganhou as manchetes nos últimos dias por declarar sua intimidade e não descartar se relacionar sexualmente com homens, mas foi de Brasília que ele recebeu notícia de destaque. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pelo arquivamento do inquérito aberto contra ele por crime de difamação contra a deputada federal Joice Hasselmann (PSDB/SP).
O caso se arrasta desde 2021, quando o senador potiguar comentou as fraturas apresentadas pela deputada tucana sob a alegação de ter sido agredida, possibilidade afastada pelas investigações. Styvenson aproveitou o momento e, por meio de uma live, insinuou que Hasselmann teria apanhado do marido ou usado drogas.
“Aquilo ali, das duas uma: ou duas de quinhentos [em um gesto, Styvenson leva as mãos à cabeça, fazendo chifres] ou uma carreira muito grande [inspira como se cheirasse droga]. Aí ficou doida e pronto… saiu batendo em casa”, disse na internet.
No pedido de arquivamento, a PGR sustentou que as falas de Styvenson estavam protegidas por imunidade parlamentar, portanto, não teria configurado crime.
O despacho foi assinado pelo vice-procurador geral da República, Humberto Jacques de Medeiros. Assim, conforme Medeiros, as declarações ocorreram dentro de um cenário de embate político e representaram “uma investida dura e midiática, próprio da arena política”.
“Outrossim, confirma-se que, não obstante o comentário do investigado ter sido direcionado a uma adversária política, ele agiu de modo a dar satisfação, durante uma live sobre questões políticas, aos seus seguidores e eleitores, que o indagaram acerca da sua opinião a respeito do acidente doméstico sofrido pela parlamentar”, escreveu.
A Polícia Federal, no entanto, enxergou elementos para indiciar o parlamentar, considerando que as falas nada têm a ver com as funções políticas desempenhadas por ele. As falas de Styvenson contra Joice foram proferidas na internet.
Em julho, a senadora Joice acionou a polícia após acordar, em sua casa em Brasília, com fraturas no rosto e na costela. De acordo com o depoimento, ela havia adormecido e despertou horas depois no chão com o rosto todo ensanguentado. O marido e uma funcionária estavam no apartamento quando o episódio ocorreu. Meses depois a Polícia do Distrito Federal concluiu que a deputada caiu em decorrência de efeitos de remédios que ela tomava para dormir.
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