Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 08h45 | 26 Abr 2022 | redação Acusado de matar Eliel apresenta versão de ter confundido vítima com ladrão

Ialamy Gonzaga, mais conhecido como "Júnior Preto", assumiu que atirou no advogado Eliel Ferreira, mas negou crime de homofobia. Versão não convence ao delegado Rafael Arraes, que investiga o caso. O acusado se entregou à polícia nesta segunda, 25

Crédito da foto: Reprodução Advogado Eliel Ferreira e o acusado Júnior Preto

Por Fábio Vale / Repórter do JORNAL DE FATO

Detido nesta segunda-feira (25), após se apresentar à Polícia Civil em Mossoró pela morte de Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos de idade, o acusado Ialamy Gonzaga, 38 anos, mais conhecido como "Junior Preto", apresentou a versão de ter confundido a vítima com um ladrão. Ele confessou a autoria dos disparos que vitimaram o jovem bacharel em Direito e foi encaminhado para a cadeia pública local.

Considerado pela polícia civil como autor direto do crime ocorrido na noite do último dia 9, em Mossoró, Júnior Preto se apresentou na manhã de ontem e deu sua versão sobre o ocorrido. Na ocasião, foi cumprido mandado de prisão preventivo e ele foi encaminhado para a cadeia pública. Segundo o delegado Rafael Arraes, da Delegacia de Homicídios (DEHOM), responsável pela investigação do caso, o acusado relatou que antes do ocorrido teria ingerido bebida alcoólica com amigos e que no momento do fato estava na calçada da casa dele quando teria escutado gritos de “pega ladrão” e Eliel correndo pela rua em direção a ele.

“Segundo ele, achou que em algum movimento da corrida, Eliel poderia ter pego na cintura. Por isso, sacou sua arma e efetuou um disparo. Não conseguiu alvejar, mas, saiu em perseguição ao Eliel, que mais na frente foi abordado por um terceiro e o Júnior Preto já ia na perseguição e efetuou um terceiro disparo. Relatou que da cintura para baixo, visando imobilizar o Eliel, e acertou nessa terceira pessoa que estava segurando o Eliel. Essa terceira pessoa diante do disparo soltou Eliel, e, segundo a versão de Júnior Preto, o Eliel teria vindo para cima dele, e o acusado então teria efetuado diversos disparos de arma de fogo contra Eliel”, detalhou o delegado, reforçando que essa é a versão do acusado.

“É bastante estranha essa versão dele, a gente não acredita”, acrescentou Rafael Arraes, informando que depois do crime o acusado fugiu para a cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, onde teria ficado dormindo em uma praça e onde teria sido furtada a mochila dele, que estaria com a arma do crime dentro dela. O delegado também disse considerar “contraditória essa versão” e informou que desde a semana passada que negociava com o advogado do acusado acerca dele se entregar, o que aconteceu na manhã de ontem.

Quando questionado sobre o suposto envolvimento de outra pessoa com o crime, o delegado disse que as investigações continuam em sigilo e ainda têm algumas diligências para fechar toda a apuração e indiciar a autoria do caso e que, possivelmente, até o fim da semana deve ter o inquérito concluído e remetido à Justiça. Até o fechamento desta matéria, a família da vítima ainda não tinha se pronunciado sobre a prisão e nem sobre essa versão dada pelo acusado.

Logo após o crime, a polícia civil anunciou na época a versão de motivação por suspeita de assalto e, em seguida, a família divulgou que se tratava de um crime de ódio por homofobia. Diversas entidades e autoridades cobraram na ocasião justiça para o caso.

 

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