Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 08h45 | 02 Jun 2022 | REDAÇÃO Advogada suspeita de levar bilhetes ilícitos para presos é suspensa do exercício da profissão

Crédito da foto: Ilustrativa Presídio do Rio Grande do Norte

Por Fábio Vale / Repórter do JORNAL DE FATO

Cerca de um mês depois de a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP/RN) anunciar um endurecimento de regras na entrada de advogados nas unidades prisionais, por conta de suspeitas de que determinados profissionais estariam repassando mensagens ilícitas para detentos, uma advogada teve o exercício da profissão suspenso. A medida foi adotada pela Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN).

A OAB/RN divulgou nesta semana que o Tribunal de Ética e Disciplina da entidade suspendeu cautelarmente uma advogada suspeita de levar bilhetes contendo informações sobre controle do tráfico de drogas, acertos de contas, e outros crimes. A instituição informou que, segundo apuração, as mensagens seriam destinadas aos presos da Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, na Grande Natal.

A OAB/RN explicou que a decisão do Plenário do TED, instância máxima deliberativa do Tribunal, se baseou no parágrafo 3º, do artigo 70, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil: “O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação”.

Ainda conforme a entidade, a suspensão tem natureza cautelar e, uma vez aplicada, impede que a advogada em questão pratique qualquer ato privativo da advocacia no prazo fixado. Sem revelar a identidade da profissional do Direito, a instituição destacou que o processo disciplinar contra a advogada seguirá seu curso e deverá ser concluído em 90 dias.

No começo do mês passado, a Seap/RN anunciou que endureceria as regras para a assistência jurídica nos presídios, com medidas como uso de detectores e redução do tempo no contato com detentos. A secretaria esclareceu na ocasião que iria adotar esses procedimentos diante de casos de advogados repassando mensagens ilícitas para presos; e detalhou que já teria registrado 10 casos relacionados a essa prática. Na época, a OAB/RN criticou as novas regras e conseguiu reverter as medidas parcialmente junto à Justiça Federal.

Tags:

Rio Grande do Norte
segurança
presídio
advocacia
OAB

voltar